Médicos do Centro lamentam ausência de concurso para contratação de especialistas

A Secção Regional da Ordem dos Médicos acusa o ministério de favorecer empresas de contratação de médicos, ignorando os recém-especialistas que aguardam colocação

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) denunciou hoje a “desorientação reinante” no Ministério da Saúde perante a ausência de concurso para os recém-especialistas que estão a ser contactados por empresas de recrutamento.

A SRCOM refere em comunicado hoje enviado à agência Lusa que o Ministério da Saúde “é o principal entrave à atribuição de médico de família a cada utente”.

“Tudo porque ainda não decorreu o concurso para colocação de médicos especialistas que dariam resposta a mais de 26 mil utentes na região Centro”, justifica.

A nota adianta que aquela entidade “teve ainda conhecimento que está a decorrer um concurso para colocação de médicos através de empresas de subcontratação para os centros de saúde de Vieira de Leiria, Marinha Grande, Tábua, Oliveira do Hospital, Góis, Vila Nova de Poiares e SAP da Marinha Grande”.

“É inadmissível esta demora na abertura do procedimento concursal para colocar os médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os 14 recém-especialistas na região Centro (77 a nível nacional) são absolutamente necessários”, refere o presidente daquele organismo, Carlos Cortes, citado na nota.

Para o responsável, “não faz sentido o Ministério da Saúde, por um lado, favorecer as empresas de subcontratação de médicos e, por outro, impedir a atribuição de médicos aos utentes ainda sem médico de família ao travar a sua contratação direta”.

“É incompreensível o Ministério da Saúde continuar a aposta em empresas em vez de abrir os concursos para os médicos serem colocados nos centros de saúde”, acrescenta.

Segundo Carlos Cortes, “o Ministério da Saúde não faz o seu trabalho e, com isso, prejudica os Cuidados de Saúde Primários, o SNS e a saúde dos portugueses”.

Tendo em conta a situação, a SRCOM exige a “abertura imediata de concurso para os jovens especialistas em Medicina Geral e Familiar”.

A mesma entidade denunciou recentemente “a demora dos concursos” para os recém-especialistas da área hospitalar.

LUSA/SO

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