Médico foi esfaqueado por um doente no hospital de Peniche
Um médico foi ontem esfaqueado por um doente dentro do hospital de Peniche, e o agressor, que tem problemas psiquiátricos, foi detido pela PSP.
A presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste, Elsa Banza, disse que o doente, quando ia para uma consulta na urgência, viu o médico cirurgião, de 60 anos, na sala de pequenas cirurgias e desferiu-lhe “três facadas na zona das nádegas”.
O crime “não foi no âmbito de uma consulta àquele doente”, esclareceu. O médico foi transportado “com ferimentos superficiais” para a urgência de Caldas da Rainha, onde se encontra internado, mas está “estável e não está em risco de vida”.
O Centro Hospitalar do Oeste comunicou o crime à PSP, que deteve o suspeito ainda nas instalações hospitalares.
Segundo a administradora, trata-se de um doente com “patologia psiquiátrica” que recorre com frequência ao hospital de Peniche, onde conhece os profissionais de saúde e as instalações. Elsa Balza afastou qualquer hipótese de falta de segurança naquela unidade hospitalar.
Questionada pela Lusa, a PSP remeteu esclarecimentos para terça-feira.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e de Peniche, e detém uma área de influência constituída pelas populações daqueles três concelhos, Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã, e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).
Ordem lamenta agressão
A Ordem dos Médicos já lamentou a agressão, considerando que é um “espelho da situação de insegurança” que se vive no SNS. “Este caso é o espelho da grave situação de insegurança que se vive no SNS e de um clima de conflitualidade institucional que infelizmente é alimentado pela própria tutela e que não dignifica nem beneficia ninguém”, afirma Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.
“Este caso é o espelho da grave situação de insegurança que se vive no SNS e de um clima de conflitualidade institucional que infelizmente é alimentado pela própria tutela e que não dignifica nem beneficia ninguém”, afirma Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.
“Os médicos estão a ser obrigados a cumprir horários desumanos e a dar resposta a um número de doentes que está muito para lá do aceitável e que os coloca em situações de sofrimento ético, com prejuízo para a qualidade e a segurança clínica”, frisa Miguel Guimarães.
LUSA