Maria de Belém defende “atuações aliadas” na Saúde

A presidente da Comissão para a Revisão da Lei de Bases da Saúde, Maria de Belém Roseira, defendeu hoje, no Porto, a necessidade de “passar de ações e atuações alheadas para atuações aliadas”.

“Temos de cada vez mais trabalhar uns com os outros”, disse Maria de Belém Roseira, salientando a necessidade de “uma participação muito ativa das associações de doentes, enquanto experimentalistas daquilo que é o funcionamento do sistema” de saúde.

Maria de Belém Roseira, que foi ministra da Saúde do XIII Governo Constitucional (1995-1999), liderado por António Guterres, falava na abertura de um encontro dedicado à revisão da Lei de Bases da Saúde e ao Estatuto do Cuidador Informal, organizado pela Plataforma Saúde em Diálogo, no âmbito do programa comemorativo dos seus 20 anos de existência.

A responsável, que ocupou também o cargo de ministra para a Igualdade e mais tarde foi candidata à Presidência da República, considerou que “a participação dos doentes traz aquilo que é o sentir das pessoas na sua relação com o sistema de saúde”. Mas, acrescentou, “para que os sistemas de saúde sejam melhores, as associações de doentes também têm de ser aliadas do Ministério da Saúde para atuar naquilo que é a promoção da saúde e a prevenção da doença”.

“Elas [associações de doentes] têm que atuar no apoio aqueles que já são doentes, mas têm que atuar muito no sentido de prevenir que muito mais pessoas adoeçam. Elas têm de ser aliadas nesse grande objetivo que tem de constituir a centralidade das políticas de saúde”, sublinhou.

Em seu entender, “uma nova lei de bases tem de apontar para a centralidade na promoção da saúde e na prevenção da doença, mas tem de apontar também para a indispensabilidade da intersetorialidade da abordagem das questões relativas às determinantes da saúde”.

“Segurança social e saúde são importantes – um tema do encontro são os cuidadores, que necessitam de uma atenção especial das políticas públicas -, mas temos de interagir mais com a escola, com a habitação, com a energia, com as políticas do ambiente, com tudo aquilo que realmente nos permite ter uma saúde adequada”, disse.

A comemorar os 20 anos de existência, a Plataforma Saúde em Diálogo, associação sem fins lucrativos, congrega atualmente cerca de 50 associações de doentes, promotores e profissionais de saúde e de consumidores.

Com o encontro hoje realizado na Ordem dos Farmacêuticos, no Porto, as associações que integram a Plataforma pretendem apresentar os seus contributos para a revisão da Lei de Bases da Saúde e impulsionar também a aprovação das iniciativas legislativas em apreciação no parlamento relativamente ao Estatuto do Cuidador Informal.

LUSA

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