23 Mar, 2022

Mais de 90% dos médicos realizaram consultas não presenciais durante a pandemia

No entanto, os resultados de um estudo publicada na Acta Médica Portuguesa mostram que o recurso à videochamada foi residual.

O SARS-CoV-2 obrigou a esmagadora maioria dos médicos do SNS a reconfigurarem os cuidados aos doentes, realizando consultas não presenciais essencialmente na primeira fase da pandemia. O telefone foi o método mais usado, enquanto a videochamada teve uma utilização muito baixa. São algumas das conclusões de um estudo publicado na revista Acta Médica Portuguesa, e citado pelo Público.

Entre julho e setembro de 2020, de entre os 2225 médicos que responderam ao questionário, 93,8% disse ter realizado consulta não presencial na primeira fase da pandemia. Mais de metade destes médicos realizou primeiras consultas e consultas subsequentes neste formato. Tratou-se de uma significativa alteração de tendência, uma vez que 85% dos inquiridos admitiu que não realizava consultas à distância antes da pandemia.

A chamada telefónica foi utilizada por quase todos os médicos (99%). Já o envio e receção de documentos por email (67 e 62%) e as mensagens escritas tiveram uma utilização mais reduzida mas ainda assim considerável. Muito baixo foi o recurso à videochamada (8%), principalmente nos cuidados de saúde primários.

Este dado pode ser explicado pelo facto de haver “maior disponibilidade de meios nos hospitais”. “Seria útil que os cuidados de saúde primários tivessem mais meios, pois têm muitas consultas e em algumas situações poderiam ser realizadas teleconsultas”, diz a principal autora do estudo, Catarina O’Neill. Isto apesar de cerca de 53% dos médicos considerarem que deve ser sempre ou muitas vezes utilizado suporte de vídeo na consulta não presencial.

Em geral, diz Vasco Peixoto – um dos autores do estudo Consulta Não Presencial no Serviço Nacional de Saúde Português Durante a Pandemia de Covid-19: Estudo de Opinião dos Médicos e Implicações para o Futuro-, os clínicos “mostraram satisfação elevada” com as consultas não presenciais realizadas e muitos consideraram que, em várias situações, a qualidade de cuidados de saúde prestados “foi semelhante” à das consultas presenciais. Cerca de 70% dos médicos gostariam de continuar a realizar consultas não presenciais.

SO

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