29 Out, 2020

LVT. ARS diz que privados recusam receber doentes Covid, CUF e Luz Saúde desmentem

Grupos privados contestam afirmações do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e garantem estar disponíveis se houver planeamento.

Os hospitais privados não terão demonstrado disponibilidade para receber doentes covid na região de Lisboa e Vale do Tejo. A recusa foi expressa numa reunião que juntou, esta quarta-feira (28), o presidente da ARSLVT (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo), o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) e representantes dos principais grupos privados da zona de Lisboa.

Apesar de Luís Pisco, presidente da ARSLVT, garantir que não houve disponibilidade, a associação que representa o setor não confirma esta afirmação, e adianta que espera ainda receber um plano sobre como a transferência de doentes pode ser concretizada. Em causa estão cerca de 20 a 30 camas em enfermaria para doentes infetados com SARS-CoV-2.

De acordo com Luís Pisco, todos os representantes dos grupos privados afirmaram “que não têm disponibilidade para [doentes] covid”. “Têm uma atividade programada, fizeram os seus planos e não contaram com isso. Têm o mesmo problema que nós – se colocarem um doente covid numa enfermaria, essa enfermaria tem de ficar dedicada à covid”, diz, em declarações ao Jornal de Notícias.

No entanto, os grupos privados reafirmam o compromisso com o país. O grupo CUF garante que “tem estado desde o primeiro momento ao serviço do país, apoiando o SNS no combate à pandemia” e que atualmente “tem 13 doentes internados com covid-19, tendo internado, desde o início da pandemia, 173 doentes”, lembrando que tem “disponibilidade para continuar a apoiar o SNS nas duas dimensões, doentes covid e não-covid”.

Já a Luz Saúde desmente mesmo as declarações de Luís Pisco, sublinhando que os hospitais do grupo têm “capacidade de receber doentes Covid e não Covid”. Ao Público, o grupo Luz Saúde adianta que vai reunir, nos próximos dias, com o secretário de Estado da Saúde Diogo Serras Lopes para perceber as “necessidades concretas do SNS no actual contexto de evolução da pandemia e como poderá o grupo Luz Saúde integrar o plano de contingência”.

TC/SO

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