Leite materno. “É essencial a nutrição personalizada em bebés pré-termo”
“Nutrição personalizada com leite humano” é um dos temas abordados no XXIII edição do Congresso de Nutrição e Alimentação (CNA), que terá lugar nos dias 16 e 17 de maio, em Lisboa. A nutricionista Manuela Cardoso aborda o tema e realça as mais-valias de se ter uma análise do leite materno para se dar resposta às necessidades nutricionais de bebés pré-termo.

“Apesar de o leite materno continuar a ser o mais adequado, no caso dos bebés pré-termo é preciso apostar na sua fortificação, porque apenas dessa forma se consegue dar resposta às necessidades nutricionais destas crianças”, diz Manuela Cardoso, nutricionista clínica na Maternidade Alfredo da Costa – ULS São José.
Apesar de ser prática corrente nas unidades de Neonatologia, a especialista alerta para a importância da análise do leite humano face à sua variabilidade. “O leite humano tem uma composição dinâmica ao longo do dia, da mamada, de mulher para mulher. É essencial personalizar estes cuidados”, advoga.
Este procedimento já está implementado na MAC, assim como no Hospital de São João, no Porto, ambos com Banco Público de Leite Humano. E as mais-valias notam-se no crescimento e na saúde dos mais prematuros. “Desta forma é possível adequar o aporte nutricional e energético, não nos cingindo à fortificação do leite humano e à junção de suplementos modulares.”
Questionada sobre a relevância de se ter esta análise implementada em várias unidades, é pragmática. “É essencial para que se possa ter uma nutrição personalizada em bebés pré-termo que precisam sempre de cuidados redobrados.”
Na MAC, antes de apostarem na análise ao leite humano, seguiam as orientações existentes, fortificando o leite com base numa composição estimada, descrita na literatura médica. Mas, comparando, com o atual procedimento, Manuela Cardoso garante que há diferenças. “A diferença de peso não é espetacular, mas existe uma melhoria no crescimento linear e do perímetro cefálico, o que, per si, mostra melhor nutrição cerebral.”
Continuando: “Otimiza-se ainda a composição corporal, já que as crianças pré-termo, quando atingem a idade de termo, tendem a ter maior adiposidade, o que pode contribuir mais tarde para a síndrome metabólica. Com a personalização também se consegue diminui o risco desse problema de saúde.”
MJG
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