16 Jul, 2020

IPO de Lisboa realizou menos 42% de cirurgias em maio

O número de cirurgias realizadas diminuiu também nos IPO do Porto e de Coimbra, contudo, os institutos de oncologia garantem que já está a ser retomada a atividade perdida

Os meses de abril e maio foram os mais críticos no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, adianta o jornal Público. Durante este período, as referenciações diminuíram cerca de um terço e as primeiras consultas mais de um quarto. Em relação às grandes cirurgias, a quebra foi de 35% em abril e de 42% em maio, com o mês de junho a apresentar uma ligeira recuperação.

Já no IPO do Porto, sentiu-se um maior impacto ao nível das primeiras consultas presenciais, com uma quebra de referenciações de doentes por parte dos médicos dos centros de saúde e unidade de saúde privadas, de 46% entre março e maio. Durante o mesmo período houve ainda uma redução de 31% de cirurgias realizadas. Em relação ao IPO de Coimbra, verificou-se uma redução de 25% nas intervenções cirúrgicas.

Em declarações ao Público, o presidente do conselho de administração do IPO de Lisboa, João Oliveira, diz estar “evidentemente preocupado, mas também confiante porque já se verifica uma retoma”. João Oliveira refere ainda como causas desta queda do número de consultas e cirurgias não só a “necessidade de adaptação à pandemia” mas também “a falta de médicos, sobretudo anestesiologistas, de enfermeiros e de assistentes operacionais.”

 

Programa de recuperação de listas de espera parou

 

Em relação à recuperação destas consultas e cirurgias, o presidente do conselho de administração do IPO de Lisboa diz que é impossível ditar quando “este passivo vai ser minorado”. Durante os meses mais críticos da pandemia, o programa de recuperação de listas de espera e cirurgias parou e João Oliveira defende que tem de se repensar as remunerações e as carreiras dos profissionais, para evitar que estes “fujam” para o sector privado.

No IPO do Porto, viveram-se “semanas devastadoras”, no final de março e inicio de abril, conforme descreve o presidente do conselho de administração Rui Henrique. Contudo, a partir da semana da Páscoa, a retoma da atividade já tinha arrancado e Rui Henrique refere que a recuperação vai depender do rimo que for possível imprimir à retoma, mas o médico diz estar otimista.

O IPO de Coimbra foi o menos afetado pela pandemia da Covid-19, registando uma queda de cirurgias de 25% e uma queda nas consultas realizadas de apenas 2%. Em declarações ao Público, o IPO de Coimbra referiu que em junho, as intervenções cirúrgicas já tinham aumentado 14% e que o número de consultas tem-se intensificado, com 2.513 consultas realizadas só no mês de junho.

Apesar de estes três institutos terem ficado dispensados de receber doentes com Covid-19, os IPO tiveram de se reorganizar e já foram realizados milhares de testes de rastreio a pacientes e funcionários. No IPO de Lisboa foram feitos mais de 8.400 testes, com 56 doentes e 57 profissionais diagnosticados. No IPO do Porto, os 6.410 testes de rastreio feitos resultaram no diagnóstico de 41 doentes e 40 profissionais infetados. Em Coimbra, foram realizados cerca de 6.700 testes, que resultaram em apenas 19 pacientes e 8 funcionários infetados.

AR/Público

 

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