IGAS abre inquérito a atendimento nas Caldas da Rainha de mulher que abortou
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu um inquérito ao atendimento do hospital das Caldas da Rainha que, alegadamente, negou assistência a uma mulher com hemorragias abundantes, após aborto espontâneo, porque a urgência Obstétrica estava encerrada.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito ao atendimento no hospital das Caldas da Rainha a uma mulher com hemorragias que sofreu um aborto espontâneo e terá visto negada a assistência, informou fonte oficial do gabinete da ministra da Saúde, acrescentando que Ana Paula Martins, está a acompanhar o caso “desde a primeira hora”.
Uma mulher, com hemorragias após sofrer um aborto espontâneo, viu ontem negada a assistência no hospital de Caldas da Rainha, cuja urgência Obstétrica estava encerrada, e apenas foi atendida após insistência do CODU e dos bombeiros, disse o comandante da corporação. Nelson Cruz explicou que às 07:21 uma ambulância da corporação foi acionada pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para socorrer uma mulher, de 32 anos, que estava frente à urgência do hospital de Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, dentro do carro.
“A senhora tinha tido um aborto espontâneo, tinha o feto com ela dentro de um saco e estava com muitas hemorragias, dentro do veículo particular”, contou o responsável.
Chegados ao local, os bombeiros passaram informações sobre estado da mulher ao CODU e disseram ao marido para pedir ajuda dentro do hospital, embora o homem já o tivesse feito assim que chegaram.
Nelson Cruz relatou ainda que “o CODU deu a possibilidade de irem para a Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, mas o colega alertou que a senhora estava com uma hemorragia tão abundante que não ia ser fácil chegarem […] em segurança sem terem apoio diferenciado, porque são 130 quilómetros, mais de uma hora de caminho”.
Após insistência dos bombeiros junto do CODU e do centro de orientação com o hospital, ao fim de mais de meia hora, a mulher foi atendida por uma médica.
Em comunicado, a Unidade Local de Saúde (ULS) Oeste confirmou que a urgência de Ginecologia e Obstetrícia de Caldas da Rainha “não estava a funcionar”, mas negou que a unidade hospitalar tenha recusado atender a utente.
“Temos registo que a utente apenas entrou no hospital às 08:04, tendo sido de imediato admitida. Em momento algum foi recusada a sua admissão, nem temos registo de várias insistências para admissão”, esclareceu.
Confrontado com este esclarecimento, o comandante da corporação dos bombeiros de Caldas da Rainha acusou a ULS Oeste de “faltar à verdade”, argumentando que “se a urgência estava fechada, não há registo na admissão de doentes”.
LUSA
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