29 Jul, 2021

Hospital de São João regista quebra de 9% nas dádivas de sangue e de 4% nos dadores

As quebras são justificadas pelo “medo” de deslocação das pessoas às instalações do hospital, devido à pandemia de covid-19.

O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, apresentou este ano uma quebra de 9% no número de dádivas de sangue e de 4% de dadores inscritos comparativamente a 2019. As quebras são justificadas pela pandemia.

Entre janeiro e julho deste ano foram 12 334 os dadores inscritos nesta unidade hospitalar, o que comparativamente a 2019, em que eram 12 913, representa uma quebra de 4%. No mesmo período, foram ainda realizadas 9243 dádivas de sangue, menos 9% do que no ano anterior à pandemia da covid-19, em que o total de dádivas foi de 10 103.

“Sangue não se compra e não se comprando depende da boa vontade de alguns, daqueles que sabem que têm algo que faz falta a outros. Se fosse um bem negociável, não havia esta preocupação, mas é um bem escasso que depende da solidariedade”, declarou, à agência Lusa, a médica do serviço de Imunohemoterapia do CHUSJ, Cristina Neves.

De acordo com a especialista, as quebras são reflexo “não de (falta de) solidariedade”, mas do “medo” que muitos dadores tiveram em deslocar-se às instalações do hospital, devido à situação pandémica atual da covid-19. “Em período de pandemia, a dádiva de sangue assume ainda um papel mais crucial, porque são menos a doar, são menos a gastar porque entram menos doentes, mas quando entram, gastam muito mais”, referiu a médica.

“Todos os tipos de sangue são necessários porque não sabemos o que pode acontecer”. Ainda assim, Cristina Neves confirma que, apesar dos apelos do hospital, para a dádiva de sangue, “a resposta não tem sido a desejada”, sendo essencial sublinhar que ainda que a reserva de sangue seja renovada diariamente, esta “não se repõe à velocidade que se gasta”.

SO/LUSA

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