30 Dez, 2019

Grupo de médicos pede demissão da administração do Hospital de Setúbal

Depois da agressão a uma médica, um grupo de clínicos- que se candidata à secção do Sul da Ordem - pede a demissão do conselho de Administração do Hospital de S. Bernardo.

Na sequência do comunicado do Conselho de Administração do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, divulgado ontem pelos Órgãos de Comunicação Social, sobre o caso da médica que foi violentamente agredida por uma utente nas urgências daquele hospital, a Lista A considera que:

  1. O Conselho de Administração (CA) do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, tem, tal como os CA dos outros hospitais, a obrigação de garantir aos médicos as condições de trabalho e de segurança necessárias para o desempenho das suas funções, em prol da saúde dos cidadãos, e não apenas de “minimizar” eventuais riscos não profissionais a que estão sujeitos;
  2. Os médicos incorrem em riscos profissionais pela exposição a agentes infeciosos potencialmente letais, pela realização de atos que podem pôr em risco a sua integridade física e psicológica e pelo desgaste psicológico e físico da profissão. A agressão não é e nem devia ser um risco profissional, até pelas características da relação médico-doente;
  3. Os esclarecimentos prestados pelo referido CA revelam, por isso, desrespeito e uma profunda desresponsabilização e incapacidade de lidar com o flagelo da violência contra profissionais de saúde que, em última análise, é uma ameaça à prestação de cuidados aos doentes;
  4. O CA do Hospital de S. Bernardo falhou em garantir condições de segurança e falhou ao desresponsabilizar-se e deveria, por isso, ser imediatamente demitido pela Tutela;
  5. De acordo com dados da DGS, só em 2018, foram reportados 953 casos de violência contra profissionais de saúde. O combate à violência, assédio moral e burnout é, por tudo isto, uma das grandes prioridades da Lista A, que se propõe a desenvolver ações concretas, através da dinamização do Gabinete de Apoio ao Médico, criado pelo Bastonário Miguel Guimarães;

A agressão da utente à médica no Hospital de S. Bernardo e o comunicado do CA do mesmo hospital são reveladores do estado atual do Serviço Nacional de Saúde, fruto de décadas de má governação política e de desinvestimento

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