3 Mai, 2018

Greves da saúde em maio adiam 18 mil cirurgias

Greves marcadas para este mês podem obrigar ao adiamento de 3 mil cirurgias por dia, segundo uma estimativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. Muitas só poderão ser remarcadas para 2019 e o cenário ainda pode vir a piorar.

As greves marcadas pelos trabalhadores da saúde (administrativos e auxiliares, entre outros), médicos e, mais recentemente, pela CGTP para o mês de maio podem colocar em causa cerca de 18 mil cirurgias programadas. A estimativa foi comunicada ao Diário de Notícias pelo presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), que aponta para uma média de 3 mil cirurgias adiadas por cada um dos seis dias de protesto.

Os primeiros a parar são os trabalhadores da saúde, cujo protesto começou ontem e continua hoje. Na próxima semana, os médicos fazem greve nos dia 8, 9 e 10. A juntar a isto, foi ainda agendada por uma central sindical, a CGTP, uma paralisação dos trabalhadores da saúde para o dia 25. Já esta quarta-feira se soube que os técnicos de diagnóstico e terapêutica também vão estar em greve nos dias 24 e 25, em protesto contra a falta de acordo com o governo.

Muitas das intervenções cirúrgicas que vieram a ser adiadas só poderão ser remarcadas para daqui a alguns meses, muito só mesmo para 2019. O presidente da APAH, Alexandre Lourenço, lembra que no primeiro trimestre deste ano também houve dois dias de greve e acrescenta que, com as constantes greves, será difícil recuperar os serviços que ficarem por realizar. “Até porque estamos num período de maiores dificuldades nos hospitais, com muitos feriados a meio da semana, com pontes, a que se juntam restrições na contratação de profissionais. Não sendo realizada agora, alguma desta atividade programada não será recuperada este ano”, disse ao DN.

Desde o início do ano tem crescido a contestação de toda a função pública, com o setor da saúde a pedir também melhores condições de trabalho e atualizações das grelhas salarias. Contudo, a intransigência do Ministério da saúde tem condicionado as negociações e empurrado as várias classes do setor para a greve. Segundo dados do DN, o número de dias de trabalho perdidos em 2017 na sequência de greves na saúde ascendeu a 116 mil – muito mais do que os 68 mil dias perdidos em 2016. A este ritmo, 2018 arrisca-se a ser ainda pior.

Saúde Online

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