24 Fev, 2022

Futuro da pandemia é “imprevisível” e “é prematuro falar em endemia”, diz DGS

A variante BA.2 – já dominante em Portugal – veio “baralhar” a epidemiologia da pandemia e pode atrasar o desejado futuro endémico da infeção pelo SARS-CoV-2, admite a diretora-geral de Saúde.

“O futuro da pandemia de covid-19 é ainda uma grande incógnita e manter-se-á imprevisível enquanto não conhecermos a linha/atividade basal do vírus e não houver estabilidade/previsibilidade entre ondas epidémicas”. A afirmação foi feita pela diretora-geral da saúde, Graça Freitas, no âmbito da sua participação, na manhã de hoje, nas 13.as Jornadas de Atualização em doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral.

Na sessão intitulada “Covid-19: O futuro da pandemia”, a responsável apontou ainda como fonte de imprevisibilidade neste contexto aquilo que chamou de “incógnita das variantes”, mostrando-se particularmente atenta ao comportamento da BA.2, que deverá tornar-se dominante em Portugal dentro dos próximos dias.

Ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) insista em colocar a BA.2 debaixo do “chapéu” e da designação Ómicron, Graça Freitas é uma das muitas especialistas que considera que esta decisão merece ser revista. “Muito provavelmente, a BA.2 vai passar em breve a ser designada por Pi ou pela letra que se segue no alfabeto grego”, advogou.

Face a um devir “imprevisível”, a diretora-geral da saúde apelou aos colegas e a todos os portugueses que “encarem o futuro próximo com humildade, resiliência e poder de adaptação” e também com a necessária flexibilidade relativamente às medidas de contenção.

Assim sendo, e apesar de avançar o dia 3 de abril como a data em que Portugal poderá levantar todas as restrições contra a covid-19 – nomeadamente a utilização de máscaras e espaços interiores –, Graça Freitas admitiu, à margem da reunião de hoje, que “esta é uma projeção que pode sempre mudar”.

Na referida data (3 de abril), o país deverá atingir o limiar de 20 mortes por milhão de habitantes causadas pela covid-19, de acordo com uma projeção apresentada na mesma sessão das Jornadas por Pedro Pinto Leite (DGS) e confirmada pela diretora-geral da saúde.

CBM/SO

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