14 Abr, 2020

Farmacêuticos questionam gestão racional dos medicamentos

Ordem dos Farmacêuticos questiona a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados sobre a gestão racional dos medicamentos dos doentes perante a atual pandemia.

A Ordem dos Farmacêuticos (OF) questionou a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados (RNCCI) sobre a gestão racional dos medicamentos dos doentes e criticou a divisão entre profissionais de saúde perante a atual pandemia de covid-19.

Numa carta a que a Lusa teve acesso, a bastonária dos farmacêuticos, Ana Paula Martins, dirigiu-se à coordenadora da RNCCI, Purificação Gandra, na sequência da intervenção da enfermeira, este domingo, em conferência de imprensa com a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre os dados da evolução do novo coronavírus na rede de cuidados continuados. Até à data, registavam-se 90 casos de infeção confirmados e nove óbitos pela doença.

“Quem faz nessa equipa multidisciplinar de que falou a gestão e otimização da terapêutica? Como é feita? Qual é a prevalência de polimedicação nestes doentes? Em quantos é feita a reconciliação terapêutica (…)? Quantos farmacêuticos dos ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde], das ARS [Administração Regional de Saúde], tem a colaborar ativamente no tratamento dos nossos doentes crónicos?”, pode ler-se na missiva.

Nesse sentido, a bastonária assegurou que a OF irá pedir ao Ministério da Saúde “as auditorias e inspeções (…) sobre a gestão da medicação nessas unidades”.

Paralelamente, Ana Paula Martins enalteceu o “potencial de colaboração enorme” que a rede de farmácias tem e vincou que “cabe ao coordenador da RNCCI” estimular o estabelecimento de parcerias. Já em relação à evolução da covid-19, a bastonária lembrou que os doentes “precisam de cuidados farmacêuticos personalizados” e exigiu mais esclarecimentos.

“Quantos doentes infetados com o SARS-CoV-2 têm na rede que lidera a nível nacional? E, para estes doentes, que protocolos terapêuticos são implementados, assumindo que boa parte deles são doentes crónicos e polimedicados? E nesses protocolos terapêuticos (…) qual é a avaliação farmacocinética que é feita?”, inquiriu.

Por fim, a líder da OF criticou a aparente divisão entre ‘classes’ da saúde na contabilização dos profissionais infetados com covid-19, reiterando ser “tempo de união” nesta pandemia.

“A Ordem dos Farmacêuticos repudia veementemente que se coloquem profissionais de saúde num grande saco com o rótulo de “outros” em referências diversas e em situações que não são próprias. Não é cordial e consideramos até uma falta de respeito”, observou Ana Paula Martins, assinalando que “nada mais ficará igual” no setor.

SO/LUSA

 

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