Estenose aórtica: Técnica TAVI reduz nível invasivo e complexidade do tratamento

A técnica estava reservada a doentes com estenose aórtica grave com risco cirúrgico aumentado, mas estudos recentes disponibilizam agora o procedimento a toda a população de doentes

Em comunicado, o coordenador do Projeto Valve for Life, da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), refere que a técnica minimamente invasiva de tratamento para a estenose aórtica grave (considera uma doença de “avós”) é, em 2020, uma alternativa para todos os doentes. Além de ser a única esperança de vida para os doentes cardíacos inoperáveis, esta opção é também a única solução médica capaz de lhes garantir uma boa qualidade de vida.

A técnica pioneira de implante percutâneo da válvula aórtica (TAVI), existente desde há mais de uma década, estava reservada a doentes com estenose aórtica grave com risco cirúrgico aumentado, usualmente com mais de 80 anos, o que corresponde a cerca de 5000 portugueses. Estudos recentes disponibilizam o procedimento minimamente invasivo a toda a população de doentes portadora de estenose aórtica grave e sintomática, especialmente nos doentes de menor risco, muitos deles com apenas 70 anos.

O Dr. Rui Campante Teles, coordenador do Projeto Valve For Life, refere que “é importante que os doentes tenham conhecimento deste processo relevante visto que muitos médicos não estão a dar conhecimento desta opção minimamente invasiva, que tem muito mais vantagens para o doente e em termos de custos acaba por equiparar-se à cirurgia tradicional, que implica custos de internamento, especialmente quando os doentes precisam de transfusões de sangue” e acrescenta ainda que “a previsão é que as necessidades nacionais cresçam até cinco vezes, pois esta técnica constituirá a opção preferida para os cerca de 25.000 portugueses que necessitam de ser tratados”.

 

Procedimento funciona como alternativa à cirurgia convencional

 

Este procedimento estava reservado a doentes com estenose aórtica grave com risco cirúrgico aumentado, usualmente com mais de 80 anos, o que corresponde a cerca de 5000 portugueses. Por sua vez, um estudo com válvula autoexpansível, que avaliou cerca de 1400 doentes com uma idade média de 74 anos e baixo risco para cirurgia, demonstrou resultados sobreponíveis no tratamento minimamente invasivo por cateter comparado com a cirurgia convencional, que tem vindo até agora a ser o método de tratamento recomendado.

“O tratamento da estenose aórtica por técnicas de cardiologia de intervenção é um dos temas mais atuais e importantes da nossa área, o que torna a sua discussão multidisciplinar uma mais valia. Assim, os médicos assistentes têm pela sua frente o desafio de dar resposta a esta nova era do tratamento valvular para os seus doentes e devem encaminhar os doentes para cardiologistas que integrem equipa multidisciplinares treinadas, compostas por vários especialistas como cirurgiões, anestesistas e geriatras.” reforça Dr. Rui Campante Teles.

Este desenvolvimento permite que os doentes, maioritariamente idosos, não sejam sujeitos a uma cirurgia de peito aberto onde poderiam correr mais riscos e ter um pós-operatório mais longo que implica a passagem pelos cuidados intensivos. Um procedimento que, por vezes, não era considerado opção para os doentes devido ao seu carácter invasivo, complexidade e potenciais complicações.

SO/COMUNICADO

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