22 Set, 2021

Dor Crónica: de que modo a pandemia covid-19 atrasou os diagnósticos e tratamentos?

A pandemia provocou uma reorganização do sistema de saúde, a qual implicou alterações que impactaram os diagnósticos e tratamentos da dor crónica.

A pandemia provocada pela disseminação do vírus SARS-CoV-2 alterou significativamente a organização do sistema de saúde. Neste sentido, os sucessivos confinamentos e restrições impostas pelo Governo junto das autoridades de saúde tiveram um impacto significativo nas Unidades de Dor.

“Com a pandemia, houve um forte impacto do ponto de vista organizacional. Houve necessidade de reorganizar serviços e de instituir procedimentos e formas de atuar diferentes. Foi necessário diminuir o movimento de pessoas, evitar circulação cruzada e alocar os profissionais de saúde por forma a reforçar as Unidades de Cuidados Intensivos”, começou por explicar a presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), Ana Pedro.

Tendo em consideração a realocação de recursos humanos e a maior pressão a nível do número de internamentos, as próprias unidades “passaram a atuar muito através do contacto telefónico, pelo qual foi necessário desenvolver esta dinâmica e aumentar o contacto entre os hospitais e os doentes”, acrescentou a coordenadora da unidade terapêutica de dor da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, Nádia Andrade.

Neste sentido, também os doentes sofreram e tiveram receios associados à infeção por covid-19. Tal como explica o responsável pela consulta de dor crónica no Centro Hospitalar do Médio Tejo, Nuno Franco, os portadores deste tipo de dor “tentaram evitar as consultas presenciais devido ao desconhecimento profundo da doença covid-19 e das medidas de prevenção nos próprios hospitais. Houve doentes que ficaram por diagnosticar ou que adiaram os próprios tratamentos e exames complementares”.

Recorde-se que se estima que a prevalência de dor crónica em Portugal seja de 37%, sendo esta a segunda doença mais prevalente em Portugal. Causadora de morbilidade, absentismo, dependência e afastamento social, esta patologia gera elevados custos aos sistemas de saúde e carrega um grande impacto na qualidade de vida do doente e das respetivas famílias.

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