17 Jul, 2023

DGS destaca importância da literacia e dos planos de contingência na resposta sazonal

O plano que a DGS apresentou, na sexta-feira, reforça a necessidade de todos os serviços e estabelecimentos do SNS terem planos de contingência específicos - a nível local e regional – para a resposta sazonal em saúde, como nas ondas de calor, e tem como um dos eixos estratégicos a literacia da população.

DGS destaca importância da literacia e dos planos de contingência na resposta sazonal

Em declarações à Lusa, no âmbito da apresentação do Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde – Referencial de Verão, André Peralta-Santos, nomeado em regime de substituição como subdiretor-geral de Saúde, reconheceu que as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS) a este nível “não mudam muito de ano para ano” e que “os parceiros estão conscientes das suas responsabilidades”. “Vamos sempre tentando que exista uma melhoria dos procedimentos, da forma como comunicamos, como protegemos a população”, disse o responsável, lembrando que “ algumas medidas de proteção da população são estruturais, e levam tempo”, como a melhoria das condições de climatização dos edifícios.

O plano elenca ainda um conjunto de medidas a concretizar pelos parceiros do setor da saúde para acautelar a prontidão dos serviços de saúde e garantir a resposta ao aumento da procura ou a uma procura diferente da esperada, bem como, recomendações para capacitar os cidadãos para a sua proteção individual (literacia). “A DGS tem sempre bem ciente da importância de reforçar a importância a os cuidados a ter com o calor e este evento marca isso mesmo”, afirmou o responsável, referindo-se à apresentação do documento, que decorreu na sexta-feira.

Sublinhando que “as populações não são iguais”, André Peralta-Santos lembrou que, tradicionalmente, a população mais idosa e as pessoas que têm mais doenças, “são mais vulneráveis ao efeito do calor na saúde”. “Os serviços de saúde têm de se preparar para estes efeitos, nomeadamente quando há eventos extremos como ondas de calor, pois pode haver sempre um acréscimo da procura dos cuidados de saúde”, afirmou o responsável, insistindo: “As unidades já estão bem cientes daquilo que têm de fazer para se preparar”.

“Temos preparado já algumas campanhas de reforço para a população, nomeadamente o reforço da hidratação, os cuidados a ter com o sol e os cuidados a ter na praia. No fundo, aquilo que queremos é que as pessoas desfrutem do seu verão e que seja um verão saudável e promotor da saúde”, disse ainda o subdiretor-geral da Saúde.

O documento lembra que Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis às alterações climáticas e aos fenómenos climáticos extremos, tendo em conta a sua localização geográfica, e que há dados que sugerem que existe “uma tendência para o aumento da temperatura média global em Portugal, assim como para o aumento do número de dias anuais com temperaturas elevadas”.

Segundo um estudo publicado na revista científica Nature Medicine, as ondas de calor na Europa no verão do ano passado terão provocado mais de 60.000 mortes. Em Portugal, os investigadores estimam que terão morrido 2.212 pessoas. O relatório de Monitorização da Mortalidade de 2022, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e divulgado em março, aponta para mais de 6.100 óbitos em excesso em Portugal no ano passado, com o registo de quatro picos de excesso de mortalidade, coincidentes com duas ondas de covid-19 e períodos de temperaturas elevadas ou frio extremo.

LUSA

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