14 Abr, 2020

DGS admite uso de máscaras por todas as pessoas em espaços fechados

DGS admite uso em espaços interiores fechados com várias pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória.

As condições para o uso dos vários tipos de máscaras foram publicadas numa informação, em que a Direção-Geral da Saúde (DGS) recorda orientações emitidas anteriormente.

As pessoas com mais de 65 anos, com doenças crónicas e estados de imunossupressão, devem usar máscaras cirúrgicas sempre que saiam de casa, de acordo com uma orientação da DGS.

Além de todos os profissionais de saúde, devem também usar estas máscaras pessoas com sintomas respiratórios ou quem entre e circule em instituições de saúde.

Invocando o Princípio da Precaução em Saúde Pública, a DGS afirma hoje ser de considerar “o uso de máscaras por todas as pessoas que permaneçam em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória”.

Reitera ainda que a eficácia da utilização generalizada de máscaras pela comunidade na prevenção da infeção pelo novo coronavírus “não está provada”. Admite, porém que, perante a emergência de uma doença nova, “a evidência vai evoluindo a cada momento e é afirmada num modelo colaborativo de experiências, antes do surgimento de evidência científica de maior rigor”.

Tal como havia referido a ministra da saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa de hoje, o uso de máscara cirúrgica e outros equipamentos de proteção individual é recomendado a alguns grupos profissionais: forças de segurança e militares, bombeiros, distribuidores de bens essenciais ao domicílio, trabalhadores nas instituições de solidariedade social, lares e rede de cuidados continuados integrados, agentes funerários e profissionais que façam atendimento ao público, onde não esteja garantido o distanciamento social.

A DGS frisa que a utilização de máscaras pela população “implica o conhecimento e domínio das técnicas de colocação, uso e remoção”, e que a sua utilização “não pode, de forma alguma, conduzir à negligência de medidas fundamentais como o distanciamento social e a higiene das mãos”.

De acordo com a DGS, a utilização de máscaras pela população é “um ato de altruísmo”, já que quem a utiliza “não fica mais protegido”, contribuindo, sim, para a proteção das outras pessoas.

Reconhece ainda que o uso de máscara pela população não pode “diminuir a sustentabilidade de acesso a máscaras pelos doentes e profissionais de saúde”, que constituem os grupos prioritários para o uso de máscaras cirúrgicas.

“Segundo o ECDC, não existe evidência científica direta que permita emitir uma recomendação a favor ou contra a utilização de máscaras não cirúrgicas ou comunitárias, pela população”, lê-se no documento assinado pela diretora-geral da saúde, Graça Freitas.

A ministra da saúde indicou hoje que as máscaras não cirúrgicas podem ser utilizadas pela população em espaços fechados e com elevado número de pessoas, como supermercados e transportes públicos.

“De acordo com o princípio básico da precaução em saúde pública e face às ausências de efeitos adversos associados ao uso de máscara, pode ser considerada a sua utilização por qualquer pessoa em espaços interiores fechados e com um elevado número de pessoas”, afirmou Marta Temido, dando como exemplo os supermercados, farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais e transportes públicos.

Na conferência de imprensa diária realizada na Direção-Geral da Saúde (DGS), a ministra ressalvou que o uso de máscaras na comunidade constitui “uma medida adicional e suplementar” às já existentes, como o distanciamento social e lavagem das mãos.

SO/LUSA

 

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