“Detetives das Emoções”: programa ajuda a combater depressão e ansiedade em crianças
O projeto procura ajudar as crianças a desenvolverem estratégias que ajudam a combater as suas dificuldades e emoções difíceis.
De acordo com um estudo-piloto promovido pela Universidade de Coimbra (UC), o programa de intervenção psicológica “Detetives das Emoções” é eficaz no combate à ansiedade e depressão em crianças com idades entre os 6 e os 13 anos.
Com o nome científico “Protocolo Unificado para o Tratamento Transdiagnóstico das Perturbações Emocionais em Crianças”, o projeto foi originalmente desenvolvido nos Estados Unidos e destina-se a crianças que apresentem problemas de ansiedade e/ou depressivos clinicamente significativos e respetivos pais. De acordo com o comunicado enviado pela UC, o objetivo desta análise foi “estudar e validar o programa para a população portuguesa”.
De um modo prático, o programa ambiciona ajudar as crianças a desenvolverem estratégias para melhor lidarem com as suas dificuldades e emoções difíceis, permitindo assim que progressivamente se sintam menos ansiosas e/ou deprimidas.
Os resultados preliminares do estudo-piloto, realizado ao longo do último ano com a participação de mais de 30 crianças e pais, explica a doutoranda na UC, Brígida Caiado, sob coordenação das docentes Helena Moreira e Maria Cristina Canavarro, mostram uma “elevada satisfação das crianças e pais com a intervenção, um forte envolvimento destes nas sessões e com melhorias significativas ao nível dos sintomas de ansiedade e depressão das crianças”.
De acordo com a análise, foi possível confirmar “uma redução dos processos psicológicos inerentes à psicopatologia (por exemplo, evitamento; dificuldades na expressão emocional; intolerância às emoções negativas; sensibilidade à ansiedade; afeto negativo e erros cognitivos) e uma promoção de processos psicológicos subjacentes à saúde mental (mindfulness [atenção plena], flexibilidade cognitiva, etc.)”.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o programa, conduzido por investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental e da Unidade de Psicologia Clínica Cognitivo-Comportamental, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, tem a colaboração da Universidade de Miami (EUA).