1 Fev, 2023

Desigualdades nos cuidados a doentes com cancro são “inaceitáveis” na União Europeia

De acordo a União Europeia, o cancro é a segunda causa de morte, “representando uma em cada quatro vidas perdidas na UE”, e “o cancro de pulmão continua a ser, de longe, a causa mais comum de morte por cancro” em todos os estados-membros.

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, disse que são “inaceitáveis” na União Europeia (UE) as desigualdades entre os países e entre regiões do mesmo país nos cuidados relativos ao cancro. “Todas as pessoas na UE, onde quer que vivam, devem ter as mesmas oportunidades de prevenir, tratar e sobreviver ao cancro”, disse hoje, na abertura da 2023 Cancer Conference on Eradicating Inequalities in Cancer Care.

Kyriakides assinalou que as taxas de mortalidade, os fatores de risco e o acesso aos cuidados variam imenso, adiantando que as pessoas com níveis de escolaridade mais baixos e menor rendimento “são as mais afetadas” e que o acesso aos cuidados é mais limitado em áreas remotas. Segundo a comissária, “superar as desigualdades (…) será um desafio”, mas as hipóteses de sucesso “serão maiores” se se identificar e perceber as causas das disparidades. O compromisso assumido com o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro, lançado em 2021, “só pode ser alcançado enfrentando as diferenças inaceitáveis” que existem atualmente na UE, insistiu.

Uma das principais iniciativas no âmbito do plano, o primeiro Registo Europeu de Desigualdades do Cancro, permitiu a realização do “primeiro conjunto de perfis de cancro por país”. Os 29 Perfis de Cancro (incluem a Noruega e a Islândia) mostram que os países da UE gastaram quase 200 mil milhões de euros em cuidados com o cancro em 2018. Organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela Comissão Europeia, o estudo considera que as grandes diferenças nas taxas de mortalidade podem ser parcialmente explicadas “pela exposição variável a fatores de risco para o cancro, mas também pela diferente capacidade dos sistemas de saúde para fornecer acesso oportuno e gratuito ao diagnóstico precoce, bem como cuidados e tratamentos de alta qualidade”.

A comissária europeia da Saúde disse ainda que este ano estão previstas mais de 30 iniciativas no âmbito do Plano Europeu de Luta Contra o Cancro, precisando que depois do verão serão apresentadas “uma nova recomendação sobre cancros que podem ser evitáveis com uma vacina” e  “medidas para alcançar ambientes livres de fumo para ajudar a cumprir a meta de uma geração sem tabaco até 2024”.

LUSA

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