Derrames pleurais

A doença pleural aguda coloca frequentemente desafios ao médico de urgência, tanto na sua identificação como, quando depois de identificada, necessita de decisões acerca do estudo etiológico que é imprescindível realizar na urgência.

Este estudo inclui, habitualmente, a requisição de exames complementares de diagnóstico adicionais e procedimentos invasivos pleurais. Dúvidas acerca de melhor estratégia a adotar podem levar a erros de diagnóstico, uso menos racional dos exames complementares disponíveis, prolongamento do tempo do episódio de urgência e até internamentos desnecessários.
Vamos explorar as diferentes formas de apresentação da patologia pleural aguda na urgência e suas possíveis etiologias, partindo de diferentes cenários clínicos tipificados como são 1) a investigação de dor torácica de características pleuríticas com radiografia de tórax normal, 2) a investigação etiológica do derrame pleural e sua caracterização, 3) análise do líquido pleural e principalmente a distinção entre exsudado e transudado, ou 4) indicações e contraindicações para toracocentese e colocação de dreno pleural no serviço de urgência.

Será realçada a importância de conseguirmos, com a maior brevidade possível e da forma mais simples, distinguir doença pleuro-parenquimatosa pulmonar potencialmente grave como, por exemplo, um enfarte pulmonar em contexto de tromboembolismo venoso ou uma pneumonia da comunidade de outras causas mais “benignas” de dor torácica, muitas vezes relacionadas com patologia musculosquelética.

É também de extrema relevância para o médico de urgência saber identificar quais as situações em que um derrame pleural necessita de investigação na urgência, daquelas em que a investigação pode ser diferida para uma consulta de ambulatório.

Abordaremos ainda o papel dos diferentes meios complementares de diagnóstico, com especial realce para a ecografia clínica na identificação de derrame e apoio aos procedimentos invasivos pleurais.