2 Mar, 2020

COVID-19: Ordem dos Médicos cria grupo de acompanhamento

Médicos de várias especialidades vão integrar o Grupo de Acompanhamento do Covid-19 criado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

“Temos de contrabalançar o alarmismo, o pânico e a desinformação. A Direção Geral de Saúde (DGS) tem de estabelecer os procedimentos corretos para serem cumpridos nos hospitais e nos centros de saúde”, refere o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, num comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo Carlos Cortes, “agora que já existem casos identificados, a DGS não pode ficar por intenções vagas e pouco precisas“.

“Ao contrário do que está a acontecer, é preciso enfrentar esta infeção com as melhores práticas de comunicação e partilha de informação junto dos utentes, mas também junto dos profissionais de saúde que estarão na linha da frente”, salienta.

O Grupo de Acompanhamento do Covid-19 da SRCOM integra especialistas de pneumologia, saúde pública, doenças infecciosas, pediatria, medicina geral e familiar, medicina do trabalho e patologia clínica, e pretende ser um meio de partilha de informação e de apoio à melhor decisão, em tempo útil, interligando todas as ações com as entidades oficiais.

Face a esta emergência epidemiológica, o presidente da SRCOM considera que “não se pode ficar à espera das respostas mais adequadas durante muito tempo, pois tudo se passa de forma dinâmica e muito rápida”.

Com este grupo especializado, coordenado por Carlos Robalo Cordeiro – diretor do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra – a Ordem dos Médicos pretende colocar ao serviço da comunidade médica a melhor e mais correta avaliação face a eventuais incoerências e desinformação nas unidades de saúde.

“O pior cenário, face a casos positivos de infeção com o novo coronavírus, serão as respostas desarticuladas e incoerentes. Queremos dar um contributo para evitar situações de vazio, dúvidas, e comportamentos alarmistas que poderão amplificar ainda mais o cenário preocupante que conhecemos”, considera Carlos Cortes.

Segundo o médico, “está-se a assistir a alguns casos bastante confusos, infelizmente, mas [a classe médica] tem de dar o exemplo, sobretudo neste momento tão complexo, e contribuir para as melhores decisões nesta fase de risco”.

“São os médicos especialistas em epidemiologia e saúde pública que devem liderar e apoiar a procura das melhores soluções. A comunidade médica e científica deve conduzir-nos às melhores práticas para enfrentar esta epidemia”, acrescentou o presidente da SRCOM, salientando que se tem de pugnar “para que sejam tomadas todas as medidas preventivas nos hospitais e centros de saúde para minimizar a exposição e o risco de contágio”.

SO/LUSA

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais