26 Jun, 2020

Covid-19: OMS antecipa 10 milhões de casos na próxima semana

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, deixa ainda um aviso à Europa, refere que “não é altura de baixar a guarda”

“Apesar de a situação na Europa ter melhorado, a nível global, continua a piorar. No primeiro mês deste surto, menos de 10 mil casos foram reportados à OMS e, no último mês, esse número passou para quatro milhões. Prevemos atingir um total de 10 milhões de casos e de 500 mil mortos na próxima semana”, declarou Tedros Ghebreyesus.

Falando por videoconferência num debate na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu sobre a resposta mundial ao novo coronavírus, o responsável avisou os líderes e países da União Europeia (UE) que “esta é a altura de estar alerta, não é altura de baixar a guarda”.

“É altura de os países encontrarem formas de detetar, isolar, testar e tratar todos os casos e de rastrear todos os contactos”, apelou.

 

“O vírus ainda circula, continua a ser mortal e a afetar as pessoas mais suscetíveis”

 

“Os países europeus têm os sistemas de saúde mais avançados do mundo, mas mesmo os países mais ricos e desenvolvidos foram surpreendidos por este vírus e os seus sistemas de saúde têm estado sob pressão”, observou.

Por isso, “temos de trabalhar para garantir que aprendemos as lições da pandemia e que mundo não será mais apanhado desprevenido”, defendeu Tedros Ghebreyesus perante os eurodeputados nesta audição realizada à distância e por meios digitais devido à pandemia.

Afirmando “valorizar a liderança da UE durante este período sem precedentes”, o diretor-geral da OMS aproveitou a ocasião para “agradecer à Comissão Europeia o apoio dado à organização e a muitos países em todo o mundo para combater a doença”, mas solicitou um reforço desta ajuda, nomeadamente aos países africanos.

“A UE está numa posição única de liderar a nível global e de estabelecer o novo normal”, argumentou.

Numa altura em que se verificam também tensões geopolíticas, depois de os Estados Unidos terem ameaçado suspender o financiamento à OMS por críticas à forma como a entidade geriu o surto, Tedros Ghebreyesus apontou que “a pandemia de covid-19 é um teste à solidariedade e à liderança mundial”.

“E a UE está a responder ao desafio”, considerou.

O responsável afirmou, ainda, que “esta é muito mais do que uma crise sanitária [já que] as consequências económicas, sociais e políticas se farão sentir nos próximos anos”.

SO/LUSA

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais