Corrida às farmácias intensifica-se. Rui Nogueira critica atitude de Marcelo
"Ir a correr, no primeiro dia, fazer a vacina é tudo aquilo que não se deve fazer", sublinha o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar.
Com receio de que o stock de vacinas para a gripe se esgote e com a pandemia de Covid-19 a ganhar força, milhares de idosos têm feito, nos últimos dias, fila à porta das farmácias para garantir que lhes é administrada a vacina.
A segunda fase de vacinação iniciou-se na passada segunda-feira, abrangendo pessoas com mais de 65 anos e doentes crónicos. Um pouco por todo o país, mas sobretudo na região da Grande Lisboa e do Grande Porto, muitos idosos têm esperado à chuva para serem imunizados contra o vírus influenza.
Para o Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), a corrida às farmácias não faz sentido, uma vez que há suficientes doses de vacinas para todos. “Todos os anos sobram vacinas“, diz Rui Nogueira, em declarações ao jornal i.
O presidente da APMGF critica a iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa, que se tomou a vacina logo no primeiro dia. “Ir a correr, no primeiro dia, fazer a vacina é tudo aquilo que não se deve fazer. É uma mensagem desadequada, [porque] pode ser interpretado como algo que tem de ser feito imediatamente”, sublinha, acrescenando que teria sido útil se o Presidente da República o fizesse “em meados de Novembro “para lembrar aqueles que estivessem esquecidos”.
Rui Nogueira diz que não é possível vacinar dois milhões de pessoas em apenas duas semanas e lembra que, nos centros de saúde, a vacina é administrada gratuitamente aos grupos de risco.
TC/SO