Brasil elimina transmissão vertical de VIH e alcança marco histórico validado pela OMS
O Brasil é “o primeiro país" com mais de 100 milhões de habitantes a conseguir eliminar a transmissão vertical de VIH, segundo a ONUSIDA.

O Brasil eliminou a transmissão vertical de VIH, de mãe para filho, um feito histórico em saúde pública que foi validado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com esta certificação, o país torna-se o mais populoso das Américas a atingir este objetivo.
Em comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a dimensão da conquista, sublinhando que Brasil elimina transmissão vertical do VIH e alcança marco histórico validado pela OMS. Acrescentou ainda que o exemplo brasileiro demonstra que, “com um compromisso político contínuo e um acesso equitativo a serviços de saúde de qualidade, todos os países podem garantir que todas as crianças nascem livres de VIH e que todas as mães recebem os cuidados que merecem”.
Segundo a OMS, esta conquista reflete o compromisso de longa data do Brasil com o acesso universal e gratuito aos cuidados de saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS), sustentado por uma forte rede de cuidados de saúde primários e pelo respeito pelos direitos humanos.
O marco foi assinalado numa cerimónia realizada em Brasília, que contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, e de representantes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/Sida (ONUSIDA).
A diretora executiva do ONUSIDA, Winnie Byanyima, manifestou satisfação com a certificação, salientando que o Brasil é “o primeiro país com mais de 100 milhões de habitantes a alcançar este feito”. Byanyima sublinhou ainda que o sucesso foi alcançado “ao dar prioridade aos cuidados de saúde universais, ao combater os determinantes sociais que alimentam a epidemia, ao proteger os direitos humanos e, quando necessário, ao quebrar monopólios para garantir o acesso aos medicamentos”.
De acordo com a OMS, o Brasil cumpriu todos os critérios exigidos para a validação da Prevenção da Transmissão Vertical do VIH (EMTCT), incluindo a redução da taxa de transmissão para menos de 2% e uma cobertura superior a 95% nos cuidados pré-natais, na testagem de rotina ao VIH e no tratamento atempado das grávidas que vivem com o vírus.
Para além das metas quantitativas, o país demonstrou ainda a prestação de serviços de elevada qualidade às mães e aos bebés, sistemas de dados e laboratórios robustos, bem como um forte compromisso com os direitos humanos, a igualdade de género e o envolvimento das comunidades.
A OMS recorda que, na última década, entre 2015 e 2024, foram evitadas mais de 50 mil infeções pediátricas por VIH nas Américas, como resultado da iniciativa regional para eliminar a transmissão vertical do vírus.
SO/LUSA
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