1 Fev, 2024

Sindicato lamenta que portaria sobre equipas dedicadas de urgência esqueça enfermeiros

O Sindicatos dos Enfermeiros (SE) lamentou que a portaria que estabelece os incentivos para as equipas dedicadas ao serviço de urgência “se esqueça dos enfermeiros”, o que considera “uma medida altamente discriminatória”.

Sindicato lamenta que portaria sobre equipas dedicadas de urgência esqueça enfermeiros

“É de lamentar que um Governo em gestão corrente adote uma medida altamente discriminatória e que, na prática, estabelece uma separação entre profissionais de primeira e de segunda”, critica o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, aludindo à portaria que estabelece o regime de incentivos institucionais aos Centros de Responsabilidade Integrados com equipas dedicadas ao Serviço de Urgência, publicada na terça-feira em Diário da República.

Para o presidente do SE, “é estranho que profissionais de saúde que estão em regime de dedicação exclusiva ao Serviço de Urgência (SU) não tenham direito a suplemento mensal e outros profissionais, que apenas prestam 18 horas semanais em SU, tenham direito, à cabeça, a um suplemento mensal de 500 euros”.

Pedro Costa recorda que os enfermeiros “estão no serviço de urgência 24 horas por dia, 365 dias por ano”, mas que, agora, e à luz deste diploma, “apenas têm direito ao incentivo por desempenho de equipa, o qual, mesmo assim, é calculado mediante o cumprimento de 11 indicadores”. “Este Governo passou oito anos a procurar virar os profissionais de saúde uns contra os outros e, mesmo em fim de linha, não muda a política”, lamenta o presidente do SE.

Para Pedro Costa, de nada importa definir que uma equipa multiprofissional do Centro de Responsabilidade Integrada – Serviço de Urgência é constituída por médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e técnicos auxiliares de saúde, se depois “na prática, apenas um grupo de profissionais é contemplado com suplementos remuneratórios”.

Lembra que, “diariamente, estas equipas funcionam de forma multidisciplinar, integrada e em constante cooperação”, mas admite que “será muito difícil manter, por exemplo, os enfermeiros motivados quando são alvo destas injustiças”. “Será que o Ministério da Saúde está mesmo preocupado com o facto de quase mais 1.700 enfermeiros terem emigrado em 2023”, questiona o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros.

Para apurar o índice de desempenho da equipa, a portaria estabelece um conjunto de 11 indicadores, que englobam dimensões de acesso, qualidade, eficiência e integração de cuidados. “Infelizmente, em nenhum destes indicadores está contemplada a dedicação exclusiva dos enfermeiros ao serviço de urgência e, em particular, ao Centro de Responsabilidade Integrada”, lamenta Pedro Costa.

LUSA

Notícia relacionada

FNAM considera que portaria das equipas dedicadas a urgências é “vazia”

ler mais

Partilhe nas redes sociais:

ler mais