5 Nov, 2020

Quebra de atividade no privado foi superior à do SNS

Nos hospitais privados, em março, realizaram-se menos 40% de cirurgias e menos 80% em abril, números superiores aos do SNS.

De acordo com dados do Portal da Transparência do SNS e da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), a quebra na realização de consultas e cirurgias foi maior nos hospitais privados do que no setor público, avança o Jornal de Negócios.

Em março, face a fevereiro, o número de operações realizadas nos hospitais privados caiu mais de 40% (contra 37% no SNS). Em abril, a quebra foi de 80% (contra 73% no SNS), face ao mesmo mês de fevereiro, o último mês de atividade normal, pré-pandemia.

Apresentando estes dados em números, o setor privado terá realizado menos 40 mil cirurgias nos três primeiros meses de pandemia, face ao que teria realizado se a atividade se tivesse mantido constante. No setor público, sendo o número de cirurgias realizadas muito maior, a quebra foi de 109 mil até junho.

Os meses de maio e junho foram meses de recuperação, gradual, tanto no setor privado como no público, mas essa subida foi maior no setor privado. Apesar de ter sido o setor com uma quebra mais acentuada, foi também o que conseguiu recuperar a sua atividade mais depressa. Em junho, os hospitais privados de saúde já realizaram um número de cirurgias correspondentes a 94% do registo de fevereiro. Em comparação, no setor público, essa recuperação ronda os 75%. No mês de julho, os privados já estavam a operar 4% acima do ritmo de fevereiro, enquanto que o SNS ainda estava abaixo dos 11%.

Menos consultas no privado do que no público

 

O contraste da realização de consultas entre o privado e o SNS é maior. De acordo com a informação limitada fornecida pela APHP, em março, os privados deram pouco mais de metade das consultas que tinham realizado em fevereiro. Nos hospitais públicos, a quebra foi de 16% e 3% nos centros de saúde. Em abril, a situação agravou-se e, face ao mês de fevereiro, realizaram-se menos 75% de consultas no setor privado, em comparação com 35% nos hospitais públicos e 17% nos centros de saúde.

No mês de maio, iniciou-se uma recuperação dos serviços, contudo no que toca às consultas, os privados não conseguiram ainda retomar de forma mais acelerada a atividade, em comparação com o setor público. Com os hospitais públicos quase ao nível de fevereiro (-3%), em julho, no privado a diferença foi ligeiramente maior. Desde junho, nos centros de saúde, o número de consultas registadas é superior aos números de fevereiro.

AR/JN

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