22 Out, 2025

Pulmonale lança campanha para exigir rastreio nacional do cancro do pulmão

O Ministério da Saúde anunciou, em junho, dois projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão, em Cascais e na ULS Santo António (Porto), mas ainda não houve desenvolvimentos, segundo Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale.

Pulmonale lança campanha para exigir rastreio nacional do cancro do pulmão

A associação Pulmonale lançou uma campanha de sensibilização para a urgência de implementar o rastreio do cancro do pulmão em Portugal, uma doença responsável por cerca de 5.100 mortes todos os anos no país. Sob o mote “Se fuma até hoje, o rastreio devia ser para ontem!”, a iniciativa decorrerá ao longo de novembro — Mês de Sensibilização para o Cancro do Pulmão — e dirige-se principalmente a fumadores e ex-fumadores entre os 50 e os 75 anos, bem como a entidades públicas com responsabilidades na área da saúde.

Em comunicado, a presidente da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale), Isabel Magalhães, sublinha que “a campanha nasce da necessidade imperativa de implementar o rastreio do pulmão, seguindo o bom exemplo de outras áreas oncológicas”. A responsável defende que “o diagnóstico precoce é o método mais promissor para reduzir a mortalidade devido ao cancro do pulmão”, lembrando que esta é “a patologia oncológica mais mortal entre os portugueses”.

Isabel Magalhães congratula-se com o anúncio, feito pelo Ministério da Saúde em junho, de dois projetos-piloto de rastreio — um em Cascais, em parceria com a autarquia, e outro na ULS de Santo António, no Porto —, mas lamenta que “não se conheçam quaisquer desenvolvimentos desde então”.  “A promoção e a prevenção da saúde têm de deixar de ser apenas temas de conversa e passar a ser uma estratégia clara do Serviço Nacional de Saúde”, defende, acrescentando que “a campanha quer precisamente afirmar a urgência na implementação do rastreio do cancro do pulmão no SNS”.

A Comissão Europeia recomendou em 2022 aos Estados-Membros o arranque de projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão associados a programas de cessação tabágica. Desde então, países como Croácia, Polónia e República Checa já incluíram o rastreio nos seus planos nacionais de prevenção oncológica, e estão em curso iniciativas semelhantes nos Países Baixos, França, Irlanda e Hungria.

O exame considerado mais eficaz para detetar precocemente o cancro do pulmão é a tomografia computorizada torácica de baixa dose, que permite identificar lesões iniciais e aumentar significativamente as taxas de sobrevivência, quando o tratamento é iniciado atempadamente. Segundo a Pulmonale, o rastreio pode reduzir a mortalidade em pelo menos 20%.  A associação recorda ainda que o tabagismo é o principal fator de risco da doença, responsável por mais de 80% dos casos, e defende a importância de promover estilos de vida saudáveis e o abandono do consumo de tabaco.

A campanha será divulgada através de diversos canais e parceiros institucionais, incluindo várias autarquias (como Coimbra, Oeiras, Vila Pouca de Aguiar, Póvoa de Varzim, Serpa, Penacova, Barcelos, Mesão Frio e Pampilhosa da Serra), bem como pela Junta de Freguesia de Loures, o Estoril Praia, a Fertágus, o Metro de Lisboa e a NOS. De acordo com o Global Cancer Observatory, o cancro do pulmão é atualmente o mais letal a nível mundial, sendo responsável por mais de 1,8 milhões de mortes todos os anos.

SO/LUSA

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