Programa do 14º Congresso Português de Hipertensão aberto a várias especialidades

"A multidisciplinaridade é importante. Temos que trabalhar juntos e aprender uns com os outros", sublinha o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH).

14º Congresso Português de Hipertensão

 

Pela primeira vez na história do Congresso de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, presidentes de várias sociedades científicas reuniram-se no Centro de Congressos de Vilamoura para debaterem problemas comuns.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Vítor Paixão Dias, sublinha o espírito inclusivo do Congresso: «a multidisciplinaridade é importante e foi a pensar nisso que organizamos uma sessão conjunta com sociedade científicas. Sozinhos não conseguimos nada. Temos que trabalhar juntos e aprender uns com os outros».

Aquele responsável assinala ainda que o papel das sociedades médicas deve passar pela educação, não só dos seus associados, mas também de outros profissionais de saúde e da sociedade civil. «Temos que ser imaginativos para conseguirmos chegar às pessoas». Aliás, o lema do seu mandato é justamente tornar a SPH «mais próxima da comunidade».

Para isso, «teremos que sair um pouco do hermetismo da sociedade científica que produz e divulga ciência, fazer a translação do conhecimento científico e aplicá-lo às pessoas que ainda não estão doentes mas que se encontram em risco, bem como àquelas que já têm a doença, no sentido de evitar o desenvolvimento de complicações».

Aumentar a literacia em saúde, melhorar a adesão à terapêutica e tornar os médicos e os doentes “parceiros”, com o objetivo destes últimos adotarem estilos de vida saudáveis, são outros dos objetivos gerais da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

 

É necessário “atacar” todos os fatores de risco

 

Vítor Paixão Dias considera que, em Portugal, a redução do sal no pão «foi uma grande conquista» mas recorda que existe sal escondido em muitos outros alimentos e lamenta que a proposta da Sociedade Portuguesa de Hipertensão de colocar “semáforos” nos rótulos dos alimentos – vermelho, amarelo e verde – de molde a alertar os consumidores, não tenha ido em frente.

«A indústria mostra alguma resistência porque o que é salgado é mais apaladado e todos nós sabemos disso» mas, «é preciso continuar a insistir» e, sobretudo, «aumentar a literacia em saúde».

Na sua opinião, «tem-se dado muita importância ao açúcar em detrimento do sal mas ambos são importantes porque, para diminuir o risco cardiovascular global, temos que “atacar” todos os fatores de risco».

Essa foi uma das principais mensagens deixadas pelos conferencistas do 14º Congresso, a par do desafio de aumentar a adesão dos doentes à terapêutica hipertensora.

AO/SO

 

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