“O vitiligo tem tratamento”, diz especialista
António Massa, dermatologista e presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), fala sobre o tratamento do vitiligo. De acordo com o especialista, existe uma solução: a fototerapia ultravioleta B banda estreita.
O vitiligo é uma doença cutânea, autoimune e crónica que afeta cerca de 1% da população mundial. Inicia-se, geralmente antes dos 20 anos e afeta todos os tipos de pele, embora seja mais evidente em pessoas com pele mais escura.
Caracteriza-se pela despigmentação da pele com o aparecimento de manchas brancas de formas e dimensões variadas, com contornos muito bem definidos, resultantes de uma alteração da função dos melanócitos, ou seja, das células produtoras de melanina, pigmento responsável pela cor da pele.
A causa exata desta doença ainda não foi estabelecida, no entanto o vitiligo está frequentemente associado a outras doenças autoimunes como problemas na tiroide, diabetes ou artrite reumatoide a estudar e a despistar nos casos mais graves. Esta doença apresenta também uma predisposição genética.
Embora em muitas publicações se afirme que o vitiligo não tem tratamento não é essa a opinião de muitos dermatologistas que lidam com estes pacientes, como António Massa, dermatologista e presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.
“Desde a publicação por Wiete Westerhof em 1997, utilizando fototerapia ultravioleta B banda estreita, os resultados na face e pescoço são muitas vezes resolutivos; é mais difícil essa eficácia nas áreas de pele em que a parte óssea está próxima, caso das mãos, cotovelos e joelhos. A utilização de tópicos e por vezes medicação oral ajudam e muito no sucesso do tratamento, atrevendo-me a dizer que há doentes que ficam sem lesões durante anos,” menciona António Massa.
O especialista refere também que “quanto mais cedo se inicia o tratamento maior a probabilidade de eficácia. Há outras alternativas terapêuticas sendo, no entanto, a fototerapia a meu ver a mais eficaz e segura, dispensando depois a maquilhagem”.
Curiosamente não há aparecimento de cancro de pele em maior percentagem nos doentes com vitiligo, apesar das áreas despigmentadas comparativamente à restante população.
Para o Dr. António Massa: “É reconfortante e muito agradável para ambas as partes, doente e médico, ver os resultados sobretudo na face e pescoço e quando se inicia o tratamento precocemente.”
O vitiligo não causa qualquer tipo de incapacidade física, mas pode ter um forte impacto na autoestima das pessoas e “o vitiligo tem tratamento”.
SO
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