“O nosso foco é promover o conhecimento na área das doenças alérgicas e respiratórias”

A segunda edição do Allergy and Respiratory Summit vai realizar-se de 13 a 15 de fevereiro, no Porto, reunindo médicos de Imunoalergologia, Medicina Geral e Familiar, Pneumologistas e outros profissionais de saúde, num evento que se pretende formativo, interativo e multidisciplinar. Em entrevista, Mário Morais de Almeida, imunoalergologista e co-coordenador do evento, faz um balanço do sucesso da edição anterior e antecipa as novidades deste ano, reforçando a importância da colaboração entre especialistas para melhorar a qualidade dos cuidados prestados aos doentes alérgicos e respiratórios. O especialista avança ainda que o Allergy and Respiratory Summit foi acreditado pela UEMS, com 14 créditos de formação.

“O nosso foco é promover o conhecimento na área das doenças alérgicas e respiratórias”

A ideia de realizar, o ano passado, a primeira edição do Allergy and Respiratory Summit não desiludiu? Foi um sucesso?
Consideramos que foi, de facto, um grande sucesso. Obviamente, podemos ser um pouco suspeitos, uma vez que fazemos parte da organização e podemos ser encarados como tendo “algum conflito de interesses”. No entanto, além de uma participação de muitas centenas de pessoas, o que nos deu grande satisfação, foi-nos transmitido um feedback extremamente positivo por parte dos participantes.

O nosso objetivo é transmitir experiências e disponibilizar algumas ferramentas de conhecimento que possam ser aplicadas imediatamente na prática clínica, assim que os participantes terminam a sua experiência no Summit. Em última análise, pretendemos que estes conhecimentos se traduzam na prestação dos melhores cuidados de saúde possíveis à população com doença alérgica.

A doença alérgica é altamente prevalente em todos os grupos etários, desde a primeira infância até à idade adulta mais avançada. Assim, este continua a ser o nosso foco: promover o conhecimento na área das doenças alérgicas e respiratórias.

 

É muito importante reunir especialistas de Imunoalergologia e de Medicina Geral e Familiar para discutir as doenças alérgicas e respiratórias?
Sem dúvida. Nestes casos, também envolvemos especialistas em Pneumologia. No entanto, o Allergy and Respiratory Summit não se limita apenas a esta reunião anual, vamos promover outras ações ao longo do tempo, envolvendo também colegas de Pediatria, Otorrinolaringologia, Dermatologia e outras especialidades que possam contribuir para uma visão integrada e de trabalho em equipa.

Acreditamos que a melhor forma de atuar é em conjunto, nunca isolados. O nosso objetivo é sempre a prestação dos melhores cuidados, aprendendo com quem os faz ao nível da excelência.

Este ano, provavelmente ultrapassaremos a marca dos mil participantes, o que nos deixa extremamente satisfeitos. Isso só é possível graças à grande adesão e ao apoio dos nossos parceiros, que patrocinam, promovem e motivam a participação dos profissionais, a quem muito agradecemos.

Acreditamos neste modelo híbrido de transmissão de conhecimento, que combina a presença física e a participação virtual. Cerca de um terço dos participantes estará presencialmente na reunião, mas, no total, teremos pelo menos o dobro (ou mais) a assistir remotamente. Além disso, as gravações ficarão disponíveis para consulta posterior, permitindo que os participantes possam rever conteúdos e esclarecer dúvidas. Este é um modelo de formação no qual acreditamos e que pretendemos manter.

 

Tendo em conta esta multidisciplinariedade e colaboração entre especialidades que me falou. Como é esta articulação em Portugal? É uma realidade? Funciona bem?
Existe. O Sistema Nacional de Saúde tem uma organização conceptual excelente, mas, na prática, nem sempre dispõe dos recursos necessários para que essa colaboração seja fluida.

Felizmente, em situações graves, como um quadro de anafilaxia ou uma gravidez com doença alérgica moderada ou grave, o acesso é imediato e não há tempos de espera. No entanto, em outros casos, onde um atendimento mais célere seria desejável, o acesso pode ser mais demorado devido à distribuição desigual de especialistas pelo país e à diferenciação dos serviços.

Mas em termos de comunicação e apoio, posso dizer que é excelente. Os profissionais conhecem-se e estão sempre à distância de um telefonema para esclarecer dúvidas ou pedir opinião sobre determinado caso. A colaboração entre especialidades é muito boa, mas há sempre espaço para melhorias, e estamos a caminhar na direção certa.

 

Eventos como o Allergy and Respiratory Summit ajudam nesse sentido?
Acreditamos que sim, e a elevada adesão ao evento reflete isso mesmo. Além da componente formal, existe uma interação informal, onde os participantes colocam questões e discutem casos. Este ano, teremos uma sessão interativa em formato de jogo científico, onde os médicos responderão a questões críticas sobre doenças respiratoria e alérgicas. O objetivo não é apenas avaliar conhecimentos, mas criar uma memória didática que os profissionais possam recordar no futuro, aplicando-a na sua prática clínica.

 

O entusiasmo continua o mesmo do ano passado?
Sem dúvida! Este ano, além dos médicos, vamos envolver também farmacêuticos e enfermeiros, com cursos práticos sobre vacinação em adultos e métodos de inalação. Teremos formadores especializados nessas áreas, o que reforça a ideia de que a medicina não se faz apenas com médicos, mas também com outros profissionais de saúde.

Mais uma vez, estes cursos terão uma vertente presencial e remota, permitindo que mesmo aqueles que não possam estar fisicamente presentes possam aprender e interagir.

Além disso, o Allergy and Respiratory Summit, para além de ter obtido o patrocínio pela Ordem dos Médicos e pelas Sociedades Científicas da área, foi igualmente acreditado pela UEMS, garantindo 14 créditos de formação. Esta certificação europeia representa um reconhecimento da qualidade do evento e do investimento que fazemos para oferecer uma formação de excelência. O entusiasmo mantém-se elevado e acreditamos que esta edição será mais um grande sucesso!

Sílvia Malheiro

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