14 Mar, 2019

Médicos internos ponderam avançar para a greve

Sindicato Independente dos Médicos está indignado com declarações recentes da ministra da Saúde e admite endurecimento dos protestos.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, adiantou que já contactou a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que é o outro sindicato médico, para conversações, tendo em vista “o endurecimento dos protestos”, indicando que pode passar por uma greve.

A comissão nacional de médicos internos do SIM manifestou-se esta semana indignada com declarações recentes da ministra da Saúde que “reforçam uma eventual proposta para a obrigatoriedade” de os internos ficarem no Serviço Nacional de Saúde após a conclusão do internato da especialidade.

No documento a que a agência Lusa teve acesso, os médicos internos advogam que a capacidade de formação do SNS “está no limite” e lembram que os internos já são 9.000 neste momento. O bastonário da Ordem dos Médicos já alertou nos últimos meses que sem os médicos internos o SNS se desmoronaria “como um castelo de cartas”.

A comissão dos médicos internos do SIM considera que os jovens médicos têm vontade de permanecer no SNS, mas avisa que é preciso criar condições para que isso aconteça, nomeadamente abrindo antecipadamente concursos e dando condições de trabalho.

“A ministra da Saúde parece querer empurrar os médicos para formas de luta extremas. Afinal, o que aconteceria se os médicos internos, que correspondem a um terço dos médicos do SNS, suspendessem funções em contexto de greve?”, questiona a comissão.

Os internos apelam mesmo ao secretariado nacional do SIM para que avalie “todas as formas de luta” para preservar “a dignidade” que considera têm vindo a ser afetadas por recentes declarações da ministra da Saúde, Marta Temido.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos indica que é necessário corresponder a este apelo e vai tentar conversar com a Federação Nacional dos Médicos para tomarem decisões a fim de reforçarem protestos, que podem passar por uma greve de internos, segundo Roque da Cunha.

Numa entrevista este mês à TVI, a ministra Marta Temido admitiu a possibilidade de avançar com formas para reter por algum período de tempo os recém-especialistas, após conclusão do internato, no SNS.

LUSA

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