IPO Lisboa integra projeto europeu para reforçar qualidade dos dados sobre cancro
Para se reforçar a qualidade dos dados sobre cancro, o IPO de Lisboa torna-se parceiro do CancerWatch, que envolve parceiros de 29 países.

O IPO Lisboa é uma das 92 organizações parceiras do CancerWatch, uma nova Ação Conjunta da União Europeia (Join Action), apresentada em setembro, em Oslo, que promete transformar a forma como a Europa recolhe, harmoniza e utiliza dados sobre cancro. Coordenado pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública, o projeto envolve parceiros de 29 países e pretende reforçar a qualidade, a comparabilidade e a atualidade dos registos oncológicos de base populacional (PBCRs) em toda a Europa.
Segundo os promotores, dados precisos e atualizados são fundamentais para monitorizar tendências, identificar desigualdades e avaliar o impacto de programas de prevenção, deteção precoce e tratamento, bem como a qualidade de vida e as taxas de sobrevivência dos doentes oncológicos. “O CancerWatch assegurará que informação de elevada qualidade estará disponível para o Sistema Europeu de Informação sobre Cancro (ECIS), estrutura central no Plano Europeu de Combate ao Cancro e no Registo Europeu de Desigualdades em Cancro.”
No caso português, o IPO Lisboa, através da Unidade de Investigação em Epidemiologia, que coordena o Registo Oncológico Regional Sul (ROR SUL), participa em dois dos sete Workpackages do projeto: um dedicado à qualidade e disponibilidade de dados e outro à melhoria dos indicadores de doença oncológica. Poderá ainda colaborar em mais dois pacotes de trabalho, relacionados com metadados e definição de indicadores de sobrevivência, prevalência e parâmetros epidemiológicos.
Entre as mais-valias do CancerWatch destacam-se o maior apoio técnico do ENCR (European Network of Cancer Registries) aos registos nacionais e regionais, o desenvolvimento de ferramentas para recolha automatizada de dados através de algoritmos e a uniformização de metodologias e indicadores. “Trata-se de um projeto ambicioso, que pode melhorar substancialmente a informação que temos sobre o cancro, permitindo futuramente uma melhor definição de políticas de saúde com impacto na vida dos cidadãos”, afirmou António Lourenço, coordenador da Unidade de Investigação em Epidemiologia do IPO Lisboa e responsável pelo ROR Sul.
Em Portugal, os primeiros registos hospitalares de cancro remontam à década de 1970. Na região Sul, o primeiro foi criado no IPO Lisboa, em 1978, por iniciativa do professor Edward Limbert. Dez anos depois, em 1988, nasceriam os registos oncológicos regionais de Lisboa, Porto e Coimbra, nos centros regionais do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil.
SO
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