23 Set, 2025

IPO Lisboa integra projeto europeu para reforçar qualidade dos dados sobre cancro

Para se reforçar a qualidade dos dados sobre cancro, o IPO de Lisboa torna-se parceiro do CancerWatch, que envolve parceiros de 29 países.

IPO Lisboa integra projeto europeu para reforçar qualidade dos dados sobre cancro

O IPO Lisboa é uma das 92 organizações parceiras do CancerWatch, uma nova Ação Conjunta da União Europeia (Join Action), apresentada em setembro, em Oslo, que promete transformar a forma como a Europa recolhe, harmoniza e utiliza dados sobre cancro. Coordenado pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública, o projeto envolve parceiros de 29 países e pretende reforçar a qualidade, a comparabilidade e a atualidade dos registos oncológicos de base populacional (PBCRs) em toda a Europa.

Segundo os promotores, dados precisos e atualizados são fundamentais para monitorizar tendências, identificar desigualdades e avaliar o impacto de programas de prevenção, deteção precoce e tratamento, bem como a qualidade de vida e as taxas de sobrevivência dos doentes oncológicos. “O CancerWatch assegurará que informação de elevada qualidade estará disponível para o Sistema Europeu de Informação sobre Cancro (ECIS), estrutura central no Plano Europeu de Combate ao Cancro e no Registo Europeu de Desigualdades em Cancro.”

No caso português, o IPO Lisboa, através da Unidade de Investigação em Epidemiologia, que coordena o Registo Oncológico Regional Sul (ROR SUL), participa em dois dos sete Workpackages do projeto: um dedicado à qualidade e disponibilidade de dados e outro à melhoria dos indicadores de doença oncológica. Poderá ainda colaborar em mais dois pacotes de trabalho, relacionados com metadados e definição de indicadores de sobrevivência, prevalência e parâmetros epidemiológicos.

Entre as mais-valias do CancerWatch destacam-se o maior apoio técnico do ENCR (European Network of Cancer Registries) aos registos nacionais e regionais, o desenvolvimento de ferramentas para recolha automatizada de dados através de algoritmos e a uniformização de metodologias e indicadores. “Trata-se de um projeto ambicioso, que pode melhorar substancialmente a informação que temos sobre o cancro, permitindo futuramente uma melhor definição de políticas de saúde com impacto na vida dos cidadãos”, afirmou António Lourenço, coordenador da Unidade de Investigação em Epidemiologia do IPO Lisboa e responsável pelo ROR Sul.

Em Portugal, os primeiros registos hospitalares de cancro remontam à década de 1970. Na região Sul, o primeiro foi criado no IPO Lisboa, em 1978, por iniciativa do professor Edward Limbert. Dez anos depois, em 1988, nasceriam os registos oncológicos regionais de Lisboa, Porto e Coimbra, nos centros regionais do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil.

SO

Notícia relacionada

Apenas IPO Lisboa conta com consulta de seguimento para sobreviventes de cancro pediátrico

ler mais

Partilhe nas redes sociais:

ler mais