3 Mai, 2022

Indonésia confirma morte de crianças por hepatite aguda. OMS fala em situação “muito urgente”

Doença já foi registada em cerca de 20 países, sendo que o Reino Unido concentra a maioria dos casos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças.

Pelo menos três crianças morreram na Indonésia devido a uma hepatite aguda de origem desconhecida, uma doença que já foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cerca de vinte países, confirmaram as autoridades locais.

“O público deve estar em alerta após a morte de três pacientes infantis com hepatite aguda”, afirmou o Ministério da Saúde da Indonésia na rede social Twitter, citado pelas agências internacionais.

As vítimas morreram nas últimas duas semanas em Jacarta, com sintomas como náuseas, vómitos, diarreia, icterícia, febre e convulsões, segundo as autoridades, que confirmaram a causa da morte no domingo.

No sábado, as autoridades de Singapura comunicaram a hospitalização de uma criança com hepatite aguda de origem desconhecida.

Os primeiros dez casos desta hepatite aguda infantil foram notificados pelo Reino Unido à OMS em 05 de abril, em crianças com menos de 10 anos sem doenças anteriores, e desde então, as infeções também foram registadas em Espanha, Israel, Dinamarca, Itália, Estados Unidos e Bélgica, entre outros países.

A idade dos doentes varia entre um mês e os 16 anos, sendo que a maioria dos casos não apresenta febre e nem vestígios dos vírus normalmente associados a estas doenças (hepatite A, B, C, D e E), de acordo com a OMS.

Os especialistas acreditam que o agente causador da doença pode ser um adenovírus que é transmitido por contacto ou pelo ar, em particular o F41, ou uma variante mais agressiva.

Entretanto, os especialistas não descartam que possa ser um vírus ainda não identificado. O surto de hepatite aguda infantil verificado em vários países europeus é uma situação “muito urgente” a que a OMS está a dar prioridade, afirmou hoje o diretor regional para emergências daquela agência do sistema da ONU.

“É muito urgente. Estamos a dar prioridade absoluta a isto e a trabalhar de muito perto com o Centro Europeu de Controlo de Doenças e com o Reino Unido, onde está a grande maioria dos casos”, disse hoje aos jornalistas Gerald Rockenschaub à margem de um encontro com as autoridades de saúde portuguesas no Infarmed, em Lisboa.

O responsável da OMS Europa para as situações de emergência sublinhou que estão a trabalhar com as autoridades de saúde britânicas, onde se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral ativos.

O surto “de origem desconhecida” foi anunciado pela OMS a 15 de abril.

Pelo menos uma criança morreu e em cerca de 10% dos casos foi preciso fazer um transplante de fígado.

O Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças já apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.

LUSA

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