7 Fev, 2018

Grupo de investigadores estudou relação entre sistema reprodutor feminino e doenças cardiovasculares

Um estudo sugere que vários fatores relacionados com o sistema reprodutor feminino podem estar associados ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares a longo prazo.

Ter a primeira menstruação antes dos 12 anos, uma gravidez numa idade muito jovem, um aborto espontâneo, menopausa antecipada ou uma histerectomia são algumas das situações que podem desencadear enfarte ou doenças cardiovasculares, sugere uma pesquisa feita por investigadores do George Institute for Global Health da Universidade de Oxford.

O estudo usou dados do UK Biobank, abrangendo cerca de 500 mil pessoas, das quais quase 300 mil eram mulheres. Os investigadores concluíram que mulheres que iniciaram o ciclo menstrual antes dos 12 anos tinham um risco 10% maior de desenvolver doenças cardiovasculares do que as que tinham 13 anos ou mais, e as mulheres que passavam pela menopausa antes dos 47 anos apresentavam um risco de 33% para as doenças cardíacas e de 42% de AVC.

Verificou-se ainda que cada aborto espontâneo aumenta em 6% o risco de doença cardíaca, o nascimento de um nado-morto traduz-se num risco de 22% de doença cardiovascular e de 44% em AVC. No caso das mulheres submetidas a histerectomias ou a remoção de ovários, a incidência para doenças cardiovasculares é maior.

“a nossa pesquisa sugere a implementação de práticas de rastreio mais frequentes de doenças cardiovasculares entre as mulheres com um ou mais fatores de risco aqui destacados, a fim de implementar medidas que possam ajudar a atrasar ou a prevenir o desenvolvimento de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais”, defendeu a Drª Sanne Peters, uma das autoras do estudo, publicado no BMJ Heart

Ainda que a menarca numa idade muito jovem possa estar associada à obesidade infantil e ao desenvolvimento da doença na idade adulta que, por sua vez, é um fator de risco de doenças cardiovasculares, não existe uma relação direta. Neste estudo, foram analisadas mulheres de pesos diferentes e o índice de doenças cardíacas distribuía-se de igual forma.

Concluiu-se também que mulheres com filhos têm um risco de 21% maior para doenças cardíacas em relação às mulheres sem filhos, à semelhança dos homens que são pais (+13%). Contudo, nem homens nem mulheres com filhos apresentaram um risco maior de ter um AVC.

Referência bibliográfica: Peters SA, Woodward M Women’s reproductive factors and incident cardiovascular disease in the UK Biobank Heart Published Online First: 15 January 2018. doi: 10.1136/heartjnl-2017-312289

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