Governo pretende Centros de Responsabilidade Integrada nos hospitais públicos
"Os Centros de Responsabilidade Integrada já estão a ser implementados. Existe um modelo legal que permite a sua criação e já existem mais de 40 em todo o país, em vários hospitais e nas mais diversas localizações e especialidades”, afirmou o ministro da Saúde.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse que vai ser possível a criação de Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) em todos os hospitais públicos do país. “Os CRI já estão a ser implementados. Existe um modelo legal que permite a sua criação e já existem mais de 40 em todo o país, em vários hospitais e nas mais diversas localizações e especialidades”, afirmou o governante.
Estes centros são estruturas dependentes dos conselhos de administração dos hospitais, mas assumem compromissos de desempenho assistencial, económico e financeiro – como acontece com as Unidades de Saúde Familiar -, e, além de ajudarem a reformar o Serviço Nacional de Saúde são mais atrativos para fixar os profissionais, que recebem incentivos financeiros pelo desempenho.
O responsável pela tutela da Saúde, que falava aos jornalistas no final da sessão de encerramento do “SNS Summit – Centros de Responsabilidade Integrados”, salientou que é preciso desenvolver este modelo para uma prestação de cuidados mais diferenciados.
“Queremos acelerar este movimento para, no fundo, permitir a todos os médicos, em todos os hospitais, nos diferentes serviços, a criação de CRI”, frisou Manuel Pizarro, acompanhado do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) Fernando Araújo.
Segundo o ministro da Saúde, o objetivo é “importar para dentro dos hospitais a autonomia com responsabilidade que as Unidades de Saúde Familiar (USF) trouxeram aos cuidados de saúde primários”.
Para que a criação de CRI avance mais rapidamente, o governante disse que é preciso densificar as normas legais, que estão a ser negociadas com as organizações sindicais médicas, porque para os profissionais aderirem tem de haver um modelo de remuneração, “que premeie esse desempenho”.
Na sua intervenção de encerramento do “SNS Summit”, Manuel Pizarro mostrou-se convicto de que a “aceleração e criação de CRI (…) é uma reforma central para a vida dos hospitais”.
“Os hospitais são estruturas de enormíssima dimensão e de gigantesca complexidade e temos este enorme desafio de sabermos como organizar os recursos de forma a produzirmos resultados em saúde que tenham significado para os cidadãos”, reiterou.
Manuel Pizarro considerou que Portugal “tem uma enorme oportunidade com os CRI de reproduzir o modelo de autonomia e responsabilidade que já experimentámos nos cuidados de saúde primários com sucesso”, para conseguir melhores resultados em saúde para as pessoas.
“Acredito profundamente neste modelo de organização, já que não faz muito sentido ter a aspiração utópica e difícil de alcançar de que vamos ter um sistema de comando e controlo que faça o SNS funcionar na base de uma hierarquia muito marcada, com alguém a decidir centralmente”, admitiu Manuel Pizarro.
LUSA
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