Enfermeiros da Urgência do hospital de Leiria denunciam falta de segurança e meios
Os enfermeiros do Serviço de Urgência do hospital de Leiria entregaram uma carta à administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria a denunciar a falta de segurança e de meios humanos.

Na missiva a que a agência Lusa teve acesso, a equipa de enfermeiros que presta serviço na urgência alertou o conselho de administração para a falta de segurança física, uma vez que têm sido recorrentes os casos de ameaças à integridade física dos profissionais, com agressões consumadas e reportadas. Também se têm registado “frequentes ofensas verbais diárias”, muitas vezes, relacionadas com o tempo de espera para observação médica, ao qual os enfermeiros afirmam ser alheios e lamentam que ainda não tenha sido tomada qualquer medida para acautelar e garantir a segurança dos profissionais.
Os enfermeiros denunciam, ainda, a insuficiência dos recursos humanos, o que tem conduzido à realização de tarefas multidisciplinares, por parte de uma “já muito desgastada equipa de Enfermagem”. Os turnos extra são constantes, “existindo várias lacunas nas escalas, que já de si são desajustadas às necessidades do serviço”, assim como o incumprimento das dotações seguras. Apontam, ainda, para “o desgaste notório dos materiais, que chegam a colocar em risco o utente”.
Solidário com a equipa, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) reforça, numa nota enviada à Lusa, que os enfermeiros estão a realizar cerca de três mil horas a mais por mês e criticam ainda as instalações físicas do serviço de urgência, que consideram “desajustadas para a prática de cuidados de Enfermagem com segurança, privacidade e dignidade”.
O SEP denuncia, também, os internamentos e permanências prolongadas de utentes no serviço de urgência, “que constantemente ultrapassam os [tempos] estipulados pelas próprias diretrizes estabelecidas”. Estes profissionais consideram que um aumento do número de utentes em permanência no serviço de urgência, implica um aumento na carga de trabalho dos enfermeiros, assim como em prejuízo nos cuidados prestados aos utentes “e um potencial compromisso da sua morbilidade, dada a sua constante permanência em maca”.
A vinculação definitiva para todos os enfermeiros com vínculo precário continua a ser uma reivindicação do SEP. “Perante o prolongar e agravar das condições cada vez mais degradantes do serviço de urgência, não podemos deixar que estas situações existam e continuem, uma vez que negligencia os princípios que regem a Enfermagem e os direitos da população na prestação de cuidados”, acrescenta o comunicado.
“Num ambiente próximo da rutura da equipa, com alguns índices palpáveis de burnout, desmotivação e desmoralização”, pede-se ao conselho de administração que adote medidas que “permitam repor a motivação e dignidade nas condições de trabalho, aumentando a qualidade e segurança dos cuidados prestados”.
LUSA
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