19 Dez, 2023

Duplas de cães de assistência ajudam crianças com cancro no hospital de São João

O projeto de duplas de cães de assistência em curso desde outubro de 2022 na Ala Pediátrica do hospital São João, no Porto, passa a integrar o serviço de Oncologia Pediátrica, revelou à Lusa a diretora Maria Bom-Sucesso.

Internamento, Hospital de Dia, Neonatologia, consultas externas pediátricas e Cuidados Intensivos. Pontualmente, foram serviços visitados em 2023 duas vezes por semana pelas equipas da Ânimas, uma associação que forma cães de assistência para pessoas com deficiência que se candidatem a este auxílio, sendo que estes, terminada a formação, são entregues gratuitamente aos novos donos. “Chegou agora a vez das crianças com doenças oncológicas”, acrescentou a diretora do serviço.

Lembrando ser prática existente noutros países, com “bons resultados e sem riscos”, “segurança” que frisou ser “importante” para quem trabalha diariamente com os utentes, Maria Bom-Sucesso explicou que o “entusiasmo” detetado nas crianças sempre que nos corredores do hospital se cruzavam com os cães ajudou à decisão. “Percebemos que não podíamos negar-lhes um contacto mais próximo e que fazia todo o sentido avançar para esta solução”, explicou a oncologista.

Para já com caráter semanal, a primeira visita foi feita pela dupla Catarina Cascais, tutora, e pelo Zazu, um golden retriever de 2 anos. “O facto de ter acontecido apenas agora prende-se com o facto de garantir o máximo de bem-estar para as crianças, não havendo o mínimo risco para os utentes. Os nossos animais são sempre higienizados entre crianças, há um cuidado muito maior”, garantiu à Lusa a tutora.

A cadela Heartie, da raça Border Collie, tem 1 ano e faz dupla com Abílio Novais, e a Tika, uma labrador retriever de 3 anos, que faz dupla com Sílvia Peça, serão as próximas presenças nas semanas que se seguirão para acompanhar as crianças em tratamentos de quimioterapia e radioterapia, acrescentou Catarina Cascais.

As visitas, contou, duram entre 45 minutos a uma hora e, para já terão apenas a visita de uma dupla “por o espaço ser pequeno”.

Maria Bom-Sucesso sublinhou ainda que o projeto “faz a diferença para as crianças, familiares e profissionais”, assinalando que a presença dos cães de assistência contribui para “diminuir o stress, a ansiedade e até a dor, quando são utilizados para esse propósito”.

Questionada pela Lusa se, em determinados tratamentos, a presença dos cães pode ajudar as crianças a lidar com o sofrimento, a diretora do serviço admitiu-o como possível.

LUSA

Notícia relacionada

 

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais