31 Jul, 2019

Diálise em crianças com elevado EGFR associada a pior taxa de sobrevida

Um novo estudo veio verificar se a elevada taxa de filtração glomerular teria impacto na sobrevida dos pacientes em idades pediátricas.

Começar diálise em crianças com uma elevada taxa de filtração glomerular (EGFR, sigla em inglês para Epidermal growth factor receptor) está associada a uma pior taxa de sobrevida, concluiu um estudo pediátrico cujos dados foram obtidos através do banco de dados de doentes renais dos EUA (USRDS).

O início precoce de diálise – ou seja, com uma EGFR mais elevada – em adultos não produziu um benefício da taxa de sobrevivência, mas não está claro se o momento da iniciação da diálise em crianças está associado à mortalidade.

Para poder avançar com a investigação, Erica Winnick, especialista em nefrologia pediátrica e professora no Hospital Universitário da Califórnia, em São Francisco (EUA), e a sua equipa usaram os dados do USRDS de mais de 15 mil crianças que estavam a fazer diálise, com o propósito de avaliar as “tendências” no momento em que se iniciava a diálise e determinar se essa iniciação –  quando realizada na altura em que a EGFR estava mais alta (> 10 mL / min / 1,73 m2) – podia estar ou não associada a um benefício de sobrevida.

No total da sua amostra, cerca de 29% das crianças tinham elevados níveis de EGFR quando iniciaram o tratamento de diálise, reportaram os cientistas na publicação do seu estudo no Journal of the American Society of Nephrology.

A sobrevida de um ano para crianças com EGFR mais alta no início da diálise foi de 95,6%, comparativamente com 97,7% nas que tinham a EGFR mais baixa no início da diálise.

Entre 1995 e 2015, verificou-se um aumento anual de 0,18 mL/min/1,73m2 na EGFR quando se iniciava o tratamento, registando-se um aumento substancial de crianças com EGFR mais alta quando começavam – de 16,6% para 40,7%.

No estudo, a equipa de investigadores verificou que o risco de mortalidade foi 36% maior para as crianças com maior e menor EGFR no início da diálise (P <0,001), havendo, no entanto, um risco acrescido de morte nas que viam, progressivamente, aumentar a EGFR.
O risco de mortalidade foi 56% superior nos casos que apresentavam maior EGFR no início da hemodiálise (P <0,001), enquanto o risco foi não significativamente maior com maior EGFR no início da diálise peritoneal.
EQ/SO
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