Ordem dos Psicólogos pede contratação urgente de 300 profissionais para o SNS
A bastonária da Ordem dos Psicólogos, Sofia Ramalho, defende que “agir antes da doença poupa em euros ao Estado, mas sobretudo poupa em sofrimento e em vidas”.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) defendeu um reforço urgente do investimento público na saúde mental, apelando à contratação imediata de pelo menos 300 psicólogos para os cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Num comunicado, a OPP alerta que “Portugal continua entre os países da Europa com maior prevalência de problemas de saúde mental”, sublinhando que “ignorar esta realidade é um erro social e económico grave”.
A bastonária Sofia Ramalho defende que “agir antes da doença poupa em euros ao Estado, mas sobretudo poupa em sofrimento e em vidas”, insistindo nas “medidas urgentes” já apresentadas ao Governo e aos partidos políticos.
Entre as propostas prioritárias da Ordem está o reforço imediato de 300 psicólogos nos centros de saúde e a criação de um plano plurianual de investimento que permita alcançar, até ao final da legislatura, um rácio mínimo de um psicólogo por cada 5.000 utentes do SNS.
A OPP propõe também melhorias nas condições de trabalho dos psicólogos nas escolas e no ensino superior, e que o Governo concretize o reforço do número de profissionais nos agrupamentos e escolas públicas, sobretudo em territórios de intervenção prioritária e contextos de maior vulnerabilidade social.
Outras medidas defendidas incluem a criação de um Observatório Nacional de Saúde Mental e Bem-Estar, bem como o aumento do número de psicólogos nos serviços prisionais, nas equipas de reinserção social, nos centros educativos e no Instituto Nacional de Medicina Legal.
A Ordem reivindica ainda a criação da carreira de psicólogo no Instituto da Segurança Social, com definição de funções específicas, e o reforço da presença destes profissionais nos lares de idosos, propondo que exista pelo menos um psicólogo a tempo inteiro por cada 40 utentes.
O Orçamento do Estado para 2026 foi entregue hoje no parlamento, na véspera do prazo limite e três dias antes das eleições autárquicas de domingo. A proposta será discutida e votada na generalidade entre 27 e 28 de outubro, estando a votação final global agendada para 27 de novembro, após o debate na especialidade.
SO/LUSA
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