Plano para reorganização das urgências de Obstetrícia prevê mobilidade de equipas e encerramento no Barreiro
A proposta de reorganização das urgências de Obstetrícia prevê a mobilidade de algumas equipas, segundo avança o jornal Expresso.

A proposta de reorganização dos cuidados agudos em Obstetrícia, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), prevê a mobilidade de equipas em pelo menos 12 maternidades e a redução do modelo de urgência regional na Grande Lisboa, avança o Expresso.
O documento, elaborado pela Comissão Nacional da Saúde da Mulher e entregue esta semana ao Governo, recomenda ainda o encerramento da urgência obstétrica do Hospital do Barreiro, cujas equipas seriam transferidas para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, que passaria a concentrar a resposta urgente com o apoio do Hospital de Setúbal.
Segundo o coordenador do grupo de peritos, Alberto Caldas Afonso, o reforço das escalas vai começar na Península de Setúbal e será depois alargado a outras unidades deficitárias, como Castelo Branco, Guarda e Portalegre. No caso do Barreiro, a solução já motivou contestação de utentes e autarcas locais, que se manifestaram na quinta-feira contra o encerramento da urgência.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, além do Barreiro, não estão previstos mais encerramentos, mas sim a mobilidade de profissionais entre serviços. O modelo de resposta alternada vai sofrer ajustes: Amadora-Sintra e São Francisco Xavier ficam fora do regime de urgência regional devido à elevada procura, enquanto Loures/Vila Franca de Xira, Leiria/Caldas da Rainha e Santarém/Abrantes poderão ver as equipas a rodar ou a resposta concentrada num único hospital.
No Médio Tejo, os peritos consideram necessário mais do que reorganizar equipas, defendendo que a Obstetrícia deve deixar de estar em Abrantes e a Pediatria/Neonatologia em Torres Novas. “Isto não faz sentido e não pode continuar”, afirmou Caldas Afonso ao Expresso.
Na audição parlamentar desta semana, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, explicou que para garantir a concentração de serviços em Almada seriam necessárias sete equipas completas e três em regime de prestação de serviços, admitindo negociações com sindicatos para viabilizar a mobilidade.
SO/LUSA
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