ULS de Coimbra com menos urgências e internamentos e mais procura nos cuidados primários e na Pediatria
Atendendo à evolução da procura e à proximidade dos limiares definidos, a ULS de Coimbra admite equacionar, até ao final da semana, a ativação do Nível 2 de contingência no Serviço de Urgência de adultos e nos cuidados de saúde primários.

A ULS de Coimbra registou uma redução dos internamentos e dos atendimentos nos serviços de urgência entre 8 e 14 de dezembro, apesar de se verificar um aumento da procura nos cuidados de saúde primários e na área da pediatria.
De acordo com dados divulgados pela ULS de Coimbra, em comunicado enviado à agência Lusa, naquela semana foram registados 4.729 episódios de urgência e 551 internamentos de doentes com quadros gripais, números inferiores aos da semana anterior, que contabilizou 5.164 episódios de urgência e 580 internamentos.
Do total de atendimentos em serviços de urgência, 2.650 ocorreram nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), 1.298 no Hospital Pediátrico, 381 no Serviço de Urgência Básica de Arganil e 400 nas duas maternidades de Coimbra — Bissaya Barreto e Daniel de Matos.
Segundo a nota, o tempo médio até à primeira observação médica desceu para 49 minutos, menos oito minutos face à semana precedente.
Do ponto de vista epidemiológico, mantém-se a predominância do vírus da influenza A, nomeadamente dos subtipos H1N1 e H3N2. Apesar da diminuição global da afluência às urgências, a pressão sobre o internamento continua elevada.
“Em consonância com o planeamento definido no Plano de Contingência, foi iniciada a abertura de camas de enfermaria dedicadas a infeções respiratórias nos HUC, com 14 camas ativas”, refere o comunicado.
Nos cuidados de saúde primários, registaram-se 1.746 consultas médicas com diagnóstico de infeção respiratória, um aumento face às 1.643 da semana anterior e um valor muito próximo do limiar que ativa o Nível 2 do Plano de Contingência, fixado em 1.750 consultas semanais. Os diagnósticos incluíram 1.059 infeções agudas do aparelho respiratório superior, 408 casos de gripe, 97 de amigdalite, 112 de pneumonia e 107 de bronquiolite.
A análise por grupos etários revela uma pressão crescente nos mais jovens, com 712 utentes com menos de 18 anos, seguindo-se 380 entre os 19 e os 44 anos, 388 entre os 45 e os 64 anos e 192 com 65 ou mais anos.
A Linha SNS24 registou 2.780 atendimentos, dos quais 1.141 resultaram em consultas médicas ou em orientação para autocuidado, o valor mais elevado desde o início do serviço, confirmando o impacto do modelo “Ligue Antes, Salve Vidas”.
Em complemento, os Centros de Atendimento Clínico prestaram assistência a 638 utentes em proximidade, “contribuindo de forma decisiva para a redistribuição adequada da procura”, segundo a ULS.
Relativamente à vacinação sazonal, a ULS de Coimbra considera que a campanha continua a evoluir de forma positiva. Até 14 de dezembro, foram administradas 58.395 vacinas contra a covid-19 (mais 957 na última semana) e 101.315 vacinas contra a gripe (mais 2.722). Entre as pessoas com 65 ou mais anos, a cobertura vacinal atingiu 43,45% para a covid-19 e 70,49% para a gripe, destacando-se valores superiores a 87% na vacinação contra a gripe nos maiores de 85 anos.
Atendendo à evolução da procura e à proximidade dos limiares definidos, a ULS de Coimbra admite equacionar, até ao final da semana, a ativação do Nível 2 de contingência no Serviço de Urgência de adultos e nos cuidados de saúde primários.
A eventual ativação deste nível implicará o reforço das áreas assistenciais respiratórias, a expansão da capacidade instalada, o alargamento de horários e uma reorganização adicional das agendas clínicas, de forma a garantir resposta adequada a uma procura moderada a elevada.
SO/LUSA
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