Saúde Mental, neuroprotecção e diabetes
O impacto pessoal, familiar e social das doenças neurológicas
As doenças neurológicas têm um impacto enorme na qualidade de vida das pessoas, das famílias e na sociedade, com um importante rebate mental, físico e socio-económico. Estima-se que cerca de 150 milhões de pessoas no mundo possam desenvolver demência até 2050.
As doenças neurodegenerativas não são necessariamente consequências do envelhecimento
Estima-se que cerca de 45% dos casos de demência sejam evitáveis pela correção de fatores de risco modificáveis. Estes incluem vários fatores de risco cárdio-cérebro-vasculares, como a diabetes. Para além da prevenção, a ciência tem-se também dedicado à resiliência cerebral, ou seja o estudo da resistência ao desenvolvimento de doença neurológica
Associação entre diabetes e doença neurodegenerativa
A diabetes encontra-se associada ao desenvolvimento de várias doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson. Do ponto de vista clínico, cursam frequentemente com alterações em exames de imagem cerebral, especificamente alterações da substância branca, lacunas, e atrofia cerebral. Os mecanismos envolvem sobretudo disfunção microvascular e da unidade neuro-vascular.
A importância da diabetes para a co-patologia
O paradigma atual das doenças neurodegenerativas admite que as doenças “puras”, isto é, proteinopatias isoladas são uma raridade, sobretudo em pessoas com idades mais avançadas. Assim, a doença cerebrovascular encontra-se quase universalmente presente, e o contributo da diabetes para a doença cerebral deve ser considerada numa abordagem multidisciplinar.
O caminho a percorrer
O desenvolvimento de clínicas ou unidades com vista à saúde do cérebro (“brain health services”) tem vindo a ser proposto, com enfoque em medidas de prevenção para pessoas com risco aumentado de desenvolvimento de demência, Finalmente, importa integrar medidas de estilos de vida e mesmo políticas e ambientais, com reforço de práticas de exercício físico, e atenção a agentes nocivos ubíquos nas sociedades ocidentais, como a poluição, pesticidas e plásticos.
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