27 Nov, 2019

Regeneração. É possível voltar a andar depois de uma lesão completa da medula espinal?

O grupo de investigação coordenado por Mónica de Sousa, da Univ. do Porto, vai estudar a "enorme capacidade regenerativa" de uma espécie de rato africano, e perceber de que forma se pode aplicar ao ser humano.

Os Prémios Santa Casa Neurociências, atribuídos pela Misericórdia de Lisboa, distinguem este ano estudos das equipas lideradas pelos neurocientistas Mónica de Sousa, na regeneração de lesões medulares, e Fábio Teixeira, no tratamento da doença de Parkinson.

O grupo de investigação coordenado por Mónica de Sousa, da Universidade do Porto, foi galardoado com o Prémio Melo e Castro e vai receber 200 mil euros.

A equipa de Mónica de Sousa, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, propõe-se estudar os “mecanismos moleculares e celulares” que levam a que uma espécie de rato africano, o ‘Acomys cahirinus’, tenha uma “enorme capacidade regenerativa”, a ponto de voltar a andar após uma lesão completa na medula espinal.

A neurocientista disse à Lusa que, a prazo, o “objetivo final” é poder “usar o conhecimento ganho com este mamífero e adaptá-lo ao Homem”, para efeitos de tratamento de lesões medulares.

Mónica de Sousa explicou que o rato ‘Acomys cahirinus’ representa uma mais-valia na investigação, uma vez que é um modelo animal “muito mais próximo” dos humanos, quando comparado, por exemplo, com o peixe-zebra, que também é conhecido pela sua capacidade regenerativa de tecidos e órgãos.

O Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto vai trabalhar em colaboração com o Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve, uma das poucas instituições no mundo a criar em laboratório esta espécie de rato africano.

SO/LUSA

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