21 Jun, 2018

Primeiro-ministro declara-se “sem capacidade” para opinar sobre recurso à cesariana em Portugal

O primeiro-ministro foi questionado sobre a grande diferença nas taxas de recurso à cesariana nos hospitais públicos e nos privados. Em resposta, António Costa, assume-se “sem capacidade” para se pronunciar sobre esta questão, que considera ser de natureza técnica e não política.

“Confesso-me absolutamente sem capacidade de dar qualquer contributo útil para esse debate e para lhe poder responder. Limito-me a confiar na medicina e na boa opção dos seus profissionais e de quem assegura as boas práticas no exercício da atividade”, declarou António Costa, no debate quinzenal.

O primeiro-ministro dirigia-se ao deputado único do PAN, André Silva, que o questionou sobre o Relatório de Primavera 2018 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que indica que o recurso à cesariana atingiu “proporções epidémicas” nos últimos 20 anos em Portugal, com uma prevalência de 27,6% nos hospitais públicos e o dobro nos privados.

André Silva sublinhou a “enorme diferença” das taxas de recurso à cesariana nos hospitais públicos e nos privados, questionando se haveria “interesses económicos” na base dessa discrepância. O deputado questionou os motivos pelos quais os critérios que se aplicam aos hospitais públicos não se estendem ao setor privado”, argumentando que “esta forma de nascer tem riscos para as mães e piora a saúde dos bebés e das futuras crianças e adultos”.

“Vou-lhe ser franco, não lhe vou responder. Eu não me substituo à opinião técnica de quem é médico, e eu não sou, para saber qual é a técnica adequada ao parto”, respondeu António Costa. Para o primeiro-ministro, “seria um erro profundo substituir um tema que deve ser sujeito a um debate técnico, ao apuramento de boas práticas, por um debate político” e por “opiniões políticas”.

LUSA/SO

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