Portugal está entre os países europeus que mais realizam transplantes renais
Hoje assinala-se o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação. Jorge Malheiro, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), relembra que Portugal está entre os países que mais realizam transplantes renais.

“Nos números de 2022, o último ano em que existem dados comparativos, Portugal tem a 5.ª maior taxa de transplantes renais na Europa, com 49.01 transplantes por milhão de habitantes”, afirma Jorge Malheiro.
O vice-presidente da SPN realça, em comunicado, que em 2023, foram realizados 547 transplantes renais, dos quais 71 foram de dador vivo. Relativamente aos benefícios do dador vivo, o médico destaca “a possibilidade de ser preparado com mais tempo, permitindo uma avaliação detalhada de um ou mais dadores, determinar qual o dador mais compatível, iniciar a terapêutica imunossupressora antes do transplante e a possibilidade de transplante preemptivo (sem necessidade de diálise prévia).
Além disso, acrescenta, associa-se a “uma maior sobrevivência do enxerto, permitindo ao recetor viver mais tempo livre de diálise”. Apesar dos avanços na diálise, ainda há um grupo de doentes que são candidatos a transplante. Mais especificamente, trata-se de casos de doença renal crónica estádio 5 em pessoas que não tenham mais de 70-75 anos, por causa do risco cirúrgico e das infeções associadas ao estado de imunossupressão inerente à transplantação.
Em termos de políticas de saúde que poderiam favorecer o aumento da doação de órgãos, Jorge Malheiro salienta, relativamente ao transplante de dador falecido, a importância de incentivar e alargar as equipas de promoção de colheita na generalidade dos hospitais portugueses; acelerar a criação e expansão dos programas de doação em paragem cardiocirculatória e de informar a população sobre as vantagens da dádiva de órgãos (realidade também necessária no caso do transplante renal de dador vivo).
MJG
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