Outono é tempo de alergias e é preciso tomar medidas, alertam especialistas
Face ao aumento de casos de alergias no outono, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica apela à adoção de algumas medidas de prevenção.

O outono está próximo e pode ser um problema para quem sofre de alergias. De acordo Ana Morête, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), os motivos para o agravamento das doenças alérgicas no outono podem ser vários: “as temperaturas diminuem, a humidade aumenta, arejamos menos as casas e permanecemos mais tempo dentro das habitações. Assim, temos todas as condições para o aumento da concentração dos ácaros do pó e dos fungos, principais responsáveis pelos sintomas alérgicos respiratórios”.
João Gaspar Marques, da direção da SPAIC, reforça assim a importância de arejar a casa e de manter uma limpeza adequada como as principais formas de prevenção. “As pessoas alérgicas aos ácaros do pó têm sintomas durante todo o ano, mas estes tornam-se mais intensos nas mudanças de estação, como a primavera e o outono e isto ocorre, em parte, devido ao aumento da humidade.”
“Os sintomas habituais são provocados, normalmente, pela rinite, com espirros e congestão nasal – sobretudo de manhã ou ao deitar -, no entanto, também pode surgir asma brônquica, manifestada por falta de ar, pieira ou tosse”, acrescenta o imunoalergologista.
A SPAIC deixa algumas recomendações para prevenir as alergias aos ácaros do pó, mas também aos fungos.
Principais recomendações para reduzir a presença de ácaros:
- Usar capas anti-ácaros para os colchões e almofadas
- Lavar a roupa de cama a uma temperatura mínima de 55–60 °C e trocá-la pelo menos a cada 10–14 dias
- Abrir as janelas e arejar os quartos em dias secos
- Utilizar desumidificadores para manter a humidade relativa abaixo de 55%
- Retirar carpetes e tapetes do quarto e reduzir o número de peluches
Para reduzir a exposição a fungos dentro de casa deve:
- Ventilar as zonas escuras e húmidas da habitação
- Usar tintas antifúngicas e fungicidas em locais propensos à humidade
- Evitar plantas de interior e flores secas decorativas
- Limpar a cozinha e casa de banho com produtos antifúngicos, como lixívia
- Nunca guardar roupas ou sapatos húmidos em armários ou locais pouco ventilados
A presidente da SPAIC lembra, ainda, que é preciso estar atento a alguns sintomas, tais como espirros frequentes e lacrimejo, congestão nasal persistente, tosse seca, especialmente à noite, prurido cutâneo ou manchas avermelhadas na pele e problemas gastrointestinais após as refeições.
Maria João Garcia
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