31 Mar, 2023

Ordem dos Médicos pede “publicação urgente” de mapa de vagas

O Bastonário da OM, Carlos Cortes, alerta para “a oportunidade de contratação que se pode perder por atrasos” na publicação do mapa de vagas, quando recém-especialistas mantêm contratos como internos.

O Bastonário da Ordem dos Médicos (OM) diz estar  preocupado face ao que afirma ser “a incapacidade do Ministério da Saúde em contratar os recém-especialistas, formados este mês, que fazem falta ao SNS”. Na opinião de Carlos Cortes, “por inação, o Ministério continua a não agilizar atempadamente o processo de publicação de vagas, sem o qual não é possível garantir a permanência desses especialistas no serviço público”

De acordo com um comunicado da OM, dos cerca de 1310 médicos candidatos que fizeram o exame final de especialidade em fevereiro e março, 355 são médicos de família, 159 internistas,  66 anestesiologistas, 28 ginecologistas/obstetras, 38 cirurgiões gerais, 22 médicos de Saúde Pública, 33 pneumologistas, 13 intensivas, 72 pediatras, 16 infeciologistas, 21 neurologistas, 18 oftalmologistas e 48 psiquiatras, entre outras especialidades.

“É urgente contratar estes médicos que fazem falta no SNS” já que a OM “tem conhecimento que as unidades privadas de saúde já estão a convidar e a preparar processos de recrutamento”. “Enquanto isso, o SNS continua a definhar à espera das vagas, sem nenhuma capacidade competitiva”, acrescenta.

Além desta questão, Carlos Cortes denuncia que estes médicos recém-especialistas continuam a trabalhar no SNS com contrato como médicos internos. “É verdadeiramente imoral.”

O responsável lamenta que todos os anos os jovens médicos fiquem a aguardar a abertura de concursos. “O Ministério da Saúde tem de dar um sinal claro que pretende fixar e manter os médicos no SNS e não fazer como no ano anterior em que o processo foi desencadeado mais de dois meses depois. É uma situação intolerável!”

Continuando: “Veja-se o que se passa, por exemplo, na Medicina Geral e Familiar, na Medicina Interna, na Ginecologia/Obstetrícia, na Anestesiologia, na Psiquiatria e em tantas outras especialidades fundamentais para o funcionamento do SNS. É o resultado de falta de planificação e de anos de incúria na gestão de recursos humanos.”

Defende assim que o Ministério e a Direção Executiva do SNS têm de ter um plano para dar resposta a situações imprevisíveis e que permita a distribuição correta das vagas pelo país.

Para Carlos Cortes, o serviço público de saúde está “paralisado”. “O resultado desta indefinição e do arrastar do processo de contratação é que os jovens especialistas acabam por seguir outras vias além das existentes no SNS porque não sabem se terão vagas.”

SO/COMUNICADO

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