3 Abr, 2023

Ordem dos Médicos discorda de gestão conjunta de hospitais de Coimbra e Cantanhede

Teixeira Veríssimo, novo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, não vê que a fusão atualmente em análise possa ser “uma mais-valia, nomeadamente para os hospitais mais pequenos e especialmente para o Rovisco Pais”.

O novo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) não vê com bons olhos a eventual fusão do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) com os Hospitais de Cantanhede e Rovisco Pais, da Tocha.

“O CHUC já é uma mega fusão, com vários hospitais, e juntar-se dois hospitais pequenos, um deles generalista, mais de proximidade, que é Cantanhede, e outro um hospital central especializado, numa estrutura tão grande, em princípio só os vai fazer perder importância”, disse Manuel Teixeira Veríssimo à agência Lusa.

Eleito, em janeiro, Teixeira Veríssimo não vê que a fusão atualmente em análise possa ser “uma mais-valia, nomeadamente para os hospitais mais pequenos e especialmente para o Hospital Rovisco Pais”, que é um Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro.

Para Manuel Teixeira Veríssimo, “os hospitais pequenos vivem muito do amor à camisola, da autoestima dos seus profissionais e, ao juntarem-se a uma grande estrutura, isso perde-se um pouco, até porque as decisões que antes eram tomadas localmente acabam por se perder”.

“Veria como mais lógico, mesmo assim, a haver fusão, que o Hospital Rovisco Pais pudesse ser fundido com o Hospital Distrital da Figueira da Foz. Seriam muito mais complementares, porque são mais próximos, ou então fazer mesmo um centro hospitalar com Cantanhede, Rovisco Pais e Figueira da Foz”, sublinhou.

“Ou então, se quisermos ser ainda mais completos, agora que estamos na onda das Unidades Locais de Saúde, fazer-se uma estrutura destas que englobasse a Figueira da Foz, Tocha e Cantanhede e os cuidados primários. Seria uma estrutura diferente, mais individualizada, que provavelmente responderia melhor às necessidades da população e seria uma mais-valia”, defendeu.

No dia 10 de dezembro de 2022, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou a elaboração do plano de negócios para CHUC, o Hospital Arcebispo João Crisóstomo – Cantanhede e o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, “visando aumentar o acesso e a eficiência”.

Alguns dias depois, o presidente do conselho de administração do CHUC considerou positivo que esta estrutura venha a integrar o Hospital de Cantanhede e o Centro de Medicina Física e Reabilitação Rovisco Pais.

“A decisão da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de integrar o Hospital Arcebispo João Crisóstomo (Cantanhede) e o Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais no CHUC é vista como positiva por todas as entidades envolvidas”, referiu, na altura, à agência Lusa, Carlos Santos.

 

LUSA 

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