6 Set, 2019

Mais de 22 mil mortes eram evitáveis

Mais de 13 mil óbitos eram preveníveis e cerca de 8500 mortes resultaram de situações tratáveis, de acordo com Relatório Europeu.

Segundo os dados estatísticos do relatório europeu (Eurostat), duas em cada três mortes em indivíduos com menos de 75 anos podiam ter sido evitadas, o que em termos gerais representa 22 138 óbitos (67,6% das mortes das pessoas com idades compreendidas entre esta faixa etária).

Os dados reportam a 2016 e apontam como principais causas de morte o ataque cardíaco e o cancro da traqueia, brônquios e pulmão a ocupar um pouco mais de um terço dos óbitos – 15 e 14%, respetivamente. Já o enfarte agudo do miocárdio (7%), as doenças relacionadas com álcool (7%) e o cancro colorretal (6%) são outras das enfermidades que mais contribuem para mortalidade prematura da população.

De acordo com a opinião médica, as causas para o desenvolvimento destas doenças prendem-se com hábitos alimentares, sendetarismo, obesidade e diabetes.

É ainda importante ressalvar que Portugal ocupa o 17.º lugar num ranking que envolve 28 países da União Europeia, situando-se ligeiramente abaixo da média europeia, que regista 68% de mortes evitáveis de uma amostra de 1,2 milhões de óbitos.

Apesar de se ter vindo a registar um decréscimo, “as doenças cardiovasculares continuam a estar no topo”, explica o cardiologista Hélder Pereira ao Jornal de Notícias (JN). Relativamente ao cancro, verifica-se o contrário – um constante aumento aumento de mortes ao cancro associadas.

Na opinião do especialista e diretor do serviço de Cardiologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e tendo em conta que a obesidade e a diabetes continuam a aumentar, “há ainda muito por fazer”. O mais importante é a promoção de um estilo de vida saudável, que engloba uma prática de exercício regular e bons hábitos alimentares, defende.

Para António Araújo, oncologista do serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário do Porto, “é importantíssimo investir na educação da população de forma a que adquiram hábitos de vida saudáveis“, adiantando ainda que, como afirma o cardiologista, “o exercício físico, o evitar fumar e consumir álcool em quantidades exageradas” são fatores importantes para um estilo de vida saudável.

Relativamente aos dados revelados, o médico oncologista não mostra surpresa, chegando mesmo a afirmar que “estão em linha com o que é esperado”.

Do total dos 22 138 mortes registadas, o Eurostat declara quais as poderiam ter sido “preveníveis”, ou seja, tratadas através de intervenções na saúde pública e de prevenção primária, e os que poderiam ter sido “tratáveis”, através de abordagens atempadas e eficazes nos cuidados de saúde. Adiantaram, ainda que dos mais de 22 mil óbitos evitáveis, 61,4% tinham sido através da prevenção e o restante por via de tratamento.

EQ/SO

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