Lymphotarget, o projeto que preconiza tratamento inovador para o Linfoma não-Hodgkin

O objetivo é desenvolver um tratamento de “transportadores” de fármacos anti-tumorais direcionados para as células tumorais, de forma a não afetar as células saudáveis.

No dia 21 de novembro decorreu, no Capitólio, em Lisboa, a entrega dos prémios do programa Gilead Génese. Nesta sexta edição apoiou 13 projetos, oito de investigação científica e cinco de intervenção comunitária.

O Diretor-Geral da Gilead Sciences, Vítor Papão, fez as hostes da cerimónia, explicando a importância deste evento para a farmacêutica de renome mundial:

“Estamos na procura constante da excelência, de novas abordagens e respostas a questões científicas, a formas de melhorar a vida na nossa sociedade com tanta diversidade que tem”.

E assim sendo, uma das investigações científicas que mais se destacaram de entre os premiados foi a submetida pela Dra. Joana Dias Gomes, da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade de Lisboa. A investigação incide sobre a hemato-oncologia, mais especificamente sobre uma nova terapêutica para o Linfoma não-Hodgkin.

A investigadora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa coordena o trabalho “LYMPHOTARGET – Desenvolvimento de imunolipossomas para o tratamento direcionado do Linfoma não-Hodgkin“, cujo objetivo é desenvolver um tratamento de “transportadores” de fármacos anti-tumorais direcionados para o linfoma não-Hodgkin, através da nano e biotecnologia.

O que a equipa de investigadores da Dra. Joana Dias Gomes propôs foi testar, primeiro em culturas de células e posteriormente em ratinhos com a patologia, um tratamento mais eficaz e seguro para aplicação em contexto clínico através de um “sistema de entrega de medicamentos” direcionado exclusivamente para as células tumorais. Será através da nanotecnologia e da biotecnologia que o grupo de investigadores vai produzir vesículas lipídicas (lipossomas) que irá “enganar” o sistema imunitário incorporando os fármacos que vão atuar diretamente sobre as células tumorais sem afetar as saudáveis.

Joana Dias Gomes, especialista na investigação de ciências biomédicas, explicou, em declarações à agência Lusa, que os lipossomas terão duas substâncias que vão “direcionar a terapêutica” contra o linfoma: o “recetor CD-22”, um recetor tumoral que “está sobreexpresso nos linfomas”; o ácido fólico, uma vitamina que vai ligar-se aos recetores de folato, que “são mais abundantes nas células tumorais devido ao seu próprio metabolismo, que é mais acelerado”.

Este trabalho científico é de extrema importância, uma vez que a taxa de incidência desta patologia tem vindo a aumentar, em especial nos grupos mais vulneráveis (idosos e pessoas infetadas com o vírus da sida), uma vez que estes têm o sistema imunitário mais fragilizado, tornando-os assim mais predispostos a recidivas e complicações pós-terapêutica.

EQ/SO

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